quinta-feira, 21 de julho de 2016

Conheça o Aventura

Como já contei aqui, participei da última Semana de Vela de Ilhabela na tripulação do veleiro Aventura, do Comandante José Guilherme Bastiani, o Chicão, competindo na classe Clássicos. Foi a segunda vez que o evento de Ilhabela contou com os clássicos em uma classe própria. Nos últimos anos tem havido um interesse maior no Brasil por estes veleiros. De tal modo, que vários veleiros legendários tem sido recuperados do abandono e restaurados, exemplo de alguns classe Brasil. Houve uma organização por parte dos proprietários destes barcos que criaram uma associação (https://www.facebook.com/abvclass/) e um calendário de eventos, notadamente regatas, onde se destaca a regata de clássicos de Búzios, disputada no final de novembro de cada ano.

Velejar num veleiro clássico, como o Aventura, é bastante diferente. Quer pelos conceitos de construção, como armação e quilha por exemplo, quer pelos equipamentos e ferragens. No Aventura não há self tailing nas catracas, stoppers ou mordedores. Mesmo deslocando cerca do dobro de um veleiro moderno de mesmas dimensões ele tem bom desempenho no través e nos ventos médios em diante e é bastante seco para seu perfil baixo.

O Aventura é um projeto de muito sucesso do famoso escritório naval norte americano Sparkman & Stephens. É o desenho 1054, conhecido por Finisterre (nome do primeiro barco construído), um yawl centerboard de 38' 8" (um 12 m). Foi construído em Porto Alegre entre 1955 e 1957 pelo competente engenheiro naval alemão Robert Funk, todo em madeira (como Cedro Rosa e Cabreúva), inclusive os mastros,  para o jornalista Breno Caldas. Conheça mais deste verdadeiro clássico da vela brasileira nestes links:

http://sparkmanstephens.blogspot.com.br/2011/03/design-1054-finisterre.html

http://sparkmanstephens.blogspot.com.br/2011/06/design-1198-aventura.html

http://www.sparkmanstephens.info/doc/xxxxxm2FgKofLBMqvVwg1wx5arXyMH2Y.pdf

http://www.popa.com.br/docs/cronicas/aventura.htm

Um vídeo para conhecer mais do Aventura:



A seguir várias fotos do Aventura, na Semana de Vela de Ilhabela de 2016:

Foto: Instagram Hélio Viana 








terça-feira, 12 de julho de 2016

Voltando de Ilhabela no Terroso

Esta Semana de Vela de Ilhabela foi especial. Além da oportunidade de participar na tripulação do veleiro clássico Aventura, do Comte. José Guilherme Bastiani (Chicão), na ida de Florianópolis para lá levei o catamaran Lagoon450 (veja post aqui) do amigo e Cmte. Guilherme Stark Bernard. Para completar, tive a oportunidade de voltar também navegando. Foi no Terroso, um Carabelli53, do Comte. Carlos Augusto de Matos que disputou a classe IRC.

Terroso competindo na SVIlhabela, onde foi 3° na IRC A

O convite partiu do amigo e Comte. Saul Capella, responsável por trazer o veleirão de volta a Floripa. Na tripulação mais o amigo Thiago Farias e o Andreis Castro. Pena que com o pouco vento pudemos velejar poucas horas, Mas a travessia foi muito boa e rápida. Saímos do Yacht Clube de Ilhabela após a festividade de premiação, às 22:55h de sábado (09/07) e pegamos a poita do Terroso, na Sede Jurerê do ICSC-Veleiros da Ilha, às 08:20h de segunda feira (11/07). Foram 35:20h para as 280 milhas náuticas (cerca de 520 km).

Aproveitando o vento fraco com a genoa

Por do Sol no mar, sempre maravilhoso

Como em todas travessias que faço nesta região a visita dos golfinhos




segunda-feira, 11 de julho de 2016

43ª Semana de Vela de Ilhabela

Depois de três anos ausente voltei a disputar a Semana de Vela de Ilhabela, no período de 01 a 09/07, desta vez na tripulação do veleiro clássico Aventura, do comandante José Guilherme Bastiani, conhecido por Chicão. O Aventura é um yawl de 38 pés modelo Finisterre, projetado pelo famoso escritório naval Sparkman & Stephens, construido em 1957, do qual falarei mais num próximo post. Na tripulação, além do Comandante Chicão e Eu, o casal Hélio Viana e Mara Blumer, nossa proeira Renata Liu, Diogo Nunes e Antônio Felipe de Lima e Silva que revezou com José Ricardo Malheiros.


O Aventura na poita

Foram seis regatas, iniciando pela longa, a Regata Ilha de Toque Toque por Boreste, de 45 km. A qual não concluímos pala parada do vento, Depois fomos terceiros colocados em todas as outras, exceção da terceira regata onde nossa tática não funcionou e fomos os últimos. Uma alegria ter ido ao podium em Ilhabela mais uma vez com o terceiro lugar na classe Clássicos.

Aguardando a hora de largar 


Em plena regata 


Hora do lanche na Regata Ilha de Toque Toque (Foto de Hélio Viana)


Com a vela balão na regata


Ricardinho no tope do mastro do Aventura trocando a lâmpada de fundeio (Foto: Hélio Viana)



AriesIII, um lindo German Frers 43', vencedor da Clássicos, tripulado pelo casal e dois filhos



A tripulação depois da premiação. Hélio Viana está atrás do celular.

Navegar um veleiro clássico tem suas peculiaridades. O Aventura é todo em madeira, inclusive os mastros e os moitões, não tem  self tailing nas catracas, nem stoppers e mordedores, tem um segundo mastro na popa que usa uma vela chamada de mezena. Mas, mesmo com velas bastante usadas e cerca de 11.000 kg de deslocamento tem uma velocidade surpreendente.

Catracas do Aventura

A maior parte da tripulação ficou numa casa alugada, onde a Mara comandou alguns ótimos jantares, os cafés da manhã e os sanduíches nas regatas (sempre variando o recheio), contando com o auxílio da Renata. Vantagem de ter a presença feminina na tripulação. Mas o comandante salvou a ala masculina fazendo um ótimo churrasco.

Registro ainda a presença dos 8 veleiros do ICSC-VI que conquistaram os dois primeiros lugares no Campeonato Brasileiro e na Semana de Vela na classe C30, a mais competitiva. Mais um vice na RGS Geral e RGS C, terceiro na IRC A (com o Terroso). E no vencedor da classe ORC Geral o timoneiro e mais dois tripulantes também eram do Veleiros da Ilha. Além de outras colocações abaixo do podium.

Zeus Team, do Veleiros da Ilha, Campeão Brasileiro e Vice na Semana de Vela na C30

Foi uma semana excelente com dias lindos, nenhuma chuva, temperatura agradável em alguns dias e mais fria em outros, ventos fracos, médios e fortes. E a satisfação de estar outra vez em Ilhabela - um lugar que eu amo - cada dia mais bela e melhor. Agora com todos os ônibus do transporte coletivo novos, com wifi e ar condicionado e, em processo de instalação, transporte público marítimo e internet pública nos principais locais da cidade.

Caminhadas matinais pela linda orla de Ilhabela

Navio Escola Cisne Branco prestigiando o evento (Foto: organização)

sábado, 2 de julho de 2016

Levando o Bébé para Ilhabela

Estava programado para viajar para Ilhabela na sexta feira 01/07, para participar da Semana de Vela na tripulação do clássico Atrevida, do Comandante José Guilherme Bastiani (Chicão). Mas, no sábado 25/06 meu amigo Guilherme Bernard me ligou pedindo se podia levar seu catamaran Bébé III, um Lagoon450, junto com sua tripulação. Convite aceito, zarpamos da sede Jurerê do ICSC-Veleiros da Ilha às 18:45h da quarta feira (29/06). Na tripulação o Comandante Augusto Bruciapaglia e os marinheiros Fabricio Bueno e Cristian Rohden.

Tempo fechado, pouco vento, pouco mar 

Golfinhos na entrada do canal em Ilhabela


Conforme a previsão tivemos muito pouco vento, em geral contra, e mar baixo. Não vimos nem sol, nem lua, nem estrelas a travessia inteira. Pelo menos não pegamos nevoeiro nem chuva. E o barco se comportou maravilhosamente. Fizemos todo o trecho com a vela grande aberta no primeiro rizo e só conseguimos usar a genoa por umas 3 ou 4 horas. Encontramos vários grupos de pesqueiros arrastando rede, sempre a noite e por várias vezes fomos brindados pela companhia de golfinhos. Sempre sinal de boa sorte. A partir da metade da viagem diminuímos o ritmo para chegarmos de dia. Entramos no Canal de São Sebastião às 06:30h da manhã de sexta feira (01/07), 35:45h após a partida.

Veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil, ancorado em frente ao clube em Ilhabela 

Bébé já na poita no YCI