quinta-feira, 31 de julho de 2008

Em Vitória no Costa Leste

Já estou, desde terça-feira, integrado ao Cruzeiro Costa Leste 2008, em Vitória, no Guga Buy do Cmdte. José Zanella. Não conhecia Vitória que achei uma cidade muito simpática e agradável, com muitas semelhanças com Florianópolis. O Iate Clube do Espírito Santos (ICES), que nos recebe maravilhosamente, é muito bem localizado. Além do Guga Buy são mais nove veleiros do ICSC participando: Talismã I (Carlos Alberto Teixeira), Solaris (Antônio Jaques da Silva), Bulimundu (John Vieira), Gosto D'Água (Ildefonso Witoslawiski Jr.), Energia (Jean Castro), Isadora (Ivonildo Pratts), Pacífico (Luiz Novaes da Silva), Taouhiri (Paulo Gambini) e Samurai Ni (Marins Camargo)

Veleiros do CCL2008 ancorados no Iate Clube do Espírito Santo.

Hoje junto com um grupo de participantes do CCL fiz um citytour por Vitória e Vila Velha, com direito a uma visita ao Convento da Penha.


Convento de N. Sra. da Penha, em Vila Velha, de 1550.

O NE tem roncado diariamente aqui em "Ventória". Começa pelas 10:00h e vai até o início da noite. O pessoal está ficando apreensivo pois para sairmos para Abrolhos, a próxima escala, é vento na cara. Pior é que se avizinha uma frente fria, para o inicio da próxima semana, que se é favorável para subir não o é para a ancoragem em Abrolhos. Hoje à noite haverá uma reunião dos comandantes que analisarão as previsões meteorológicas e deverão decidir se saímos na sexta à noite ou esperamos o início da próxima semana. Enquanto isto o pessoal arruma diversão...

Ontem rolou a já tradicional paella do Almir.

domingo, 27 de julho de 2008

Rumo ao CCL2008

Na próxima terça-feira (29/07) embarco para Vitória onde me junto a tripulação do Guga Buy que está participando do Cruzeiro Costa Leste 2008. O Cmdte. José Zanella, seu filho Eduardo Zanella e o amigo Saul Capella chegaram ontem (26/07) cedo em Vitória. Os barcos do comodoro do cruzeiro e dos comodoros das sub-flotilhas (o Cmdte. Zanella do Guga Buy comanda a dos barcos com 30 ou menos pés) podem ser rastreados via satélite neste site.

Guga Buy entrando vitorioso na barra de Itajaí, na Regata Itajaí 2006

Para quem não conhece o CCL é um cruzeiro ao longo da costa leste do Brasil, que ocorre de dois em dois anos há mais de oito anos, saindo do Rio e Janeiro e subindo a costa até a Bahia, com cerca de 850 milhas náuticas (aproximadamente 1.500 km), dividido em várias etapas. O objetivo é oportunizar uma velejada em grupo, privilegiando a segurança e o companheirismo. O cruzeiro é integrado ao "Crucero da La Amistad" que parte de Buenos Aires em maio. A rota do Costa Leste é bastante conhecida e atraente e nessa época do ano, o clima ameno e ventos favoráveis reúnem as melhores condições para a viagem. Além disso, sua realização está coordenada com duas famosas regatas, que atraem muitos cruzeiristas pelas suas características: a Regata Aratu-Maragojipe e a Refeno (Regata Recife-Fernando de Noronha).

Nestas cerca de duas semanas que passei em casa aproveitei para curtir meus filhos Gabriel e Rafael que estão de férias escolares e minha netinha Isabella, a cada dia mais esperta.

Mas, ontem foi dia de mais uma vitória do Mutley, entre os Bruma19, na 5ª etapa da Copa Casan Avelisc de Mini-Oceano, com o amigo Guto de proeiro. Não relatei aqui, mas ganhamos também a quarta etapa, na véspera de partir para Ilhabela, desta vez com o Polaco de proeiro.



terça-feira, 15 de julho de 2008

Volta para Casa

O vento NE estava soprando forte, principalmente nas rajadas, na noite de sábado (12/07) em Ilhabela. Tanto que nossa âncora garrou e a popa do Tinguá começou a tocar o pier. Resolvemos partir logo e às 23:15h soltamos as amarras do pier norte do YCI. Com a mestra rizada e vento mais ameno, na casa dos 15-16 nós, descemos rapidamente o canal de São Sebastião. Optei por ir até o través da Ilha Queimada Grande e então tomar o rumo 232º em direção a Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, para aproveitar a corrente favorável.

Guto curtindo sua segunda travessia.

Após o canal as ondulações de leste com cerca de 1,5m, que permaneceram até o meio-dia, incomodavam um pouco. O vento ficou fraco e contra na manhã de domingo melhorando à noite e na segunda-feira, principalmente da tarde em diante, quando foi de NE-N e de cerca de 14 nós em alguns períodos, o que nos proporcionou boas velejadas em asa-de-pombo. Amarramos o Tinguá no trapiche do ICSC às 23:44h da segunda-feira (14/07).

Foram cerca de 48 horas de uma travessia bem tranqüila, ao menos para o Guto e Eu, já que o Rapha estava ansioso para chegar logo...e cair nos braços da Mariana.

Rapha pensando na amada nem viu o navio passar...

No final da manhã de domingo fomos brindados com a espetacular companhia de mais de uma dezena de golfinhos, fazendo evoluções ao redor do barco (veja clip aqui ).

sábado, 12 de julho de 2008

As Regatas

Nossa participação na parte competitiva da RISW2008, na classe BRA-RGS B, foi frustante este ano, a começar pela forma como foi alterada nossa medição. Ficamos aquém do nosso potencial. O barco apesar de uma nova regulagem do mastro realizada pelo Pablo Furlan, que desenvolveu o Katana 2, e das novas buja e mestra em dacron regata da Quantum argentina, andou menos que no Circuito de SC, onde usamos a buja do enrolador.


A tripulação, Jorge e eu inclusos, estava pouco entrosada e cometeu muitas falhas, apesar do esforço e dedicação de todos. Pelo menos, foi muito agradável a convivência entre nós. Nossos agradecimentos ao Luiz Carlos Poyer (Polaco), Raphael Barp Garcia (Rapha), Carlos Augusto Kindlein (Guto) e Ricardo Manoel Sodré.


Excelente foi o desempenho da flotilha do ICSC. Foram muitos títulos como os quatro primeiros lugares da ORC Club Geral (Katana 2), o primeiro da ORC Club 600 (Catuana Kim), os três primeiros da ORC Club 670 (Katana 2), o primeiro da ORC Club 700 (MeuBarcoNovo), os dois primeiros da RGS B (Revanche), o vice da RGS A (Cinco Los Niños) e da classe Skipper30 (Katana 2), terceiro na ORCi 600 (Zeus), quarto na First 41.7 (Zeus) e na RGS C (Açores II).

(Veja os resultados da RISW2008 aqui)

(Fotos retiradas de www.revistanautica.com.br)

sábado, 5 de julho de 2008

Garfiados pelo "seo" Valdir

No final da tarde de sexta-feira (04/07) chegaram os demais tripulantes do Tinguá para a Semana de Vela de Ilhabela. Nesta mesma noite "descobrimos", pois não fomos notificados, que o "seo" Valdir, coordenador nacional da classe BRA-RGS, havia alterado nosso certificado, retirando a bonificação de quilha curta, tendo nosso TMFAA (rating) aumentado de 0,9125 para 0,9266. Para quem não sabe o Tinguá é um Skipper30 versão quilha curta. Nossa quilha é 30 cm menor e nosso barco cala 1,55m. E de acordo com o item 4.4.C das regras da BRA-RGS tem a quilha menor que o comprimento do leme do barco.

Só no sábado pela manhã conseguimos falar com o cidadão. "Seo" Valdir alegou que a regra estava mau redigida e assim estava sendo interpretada errada pelos medidores e então ÊLE alterou-a. Fez isto no dia 02/07 às 19:00h alterando especificamente o item 4.4.C.como abaixo:

C) BQL = 1,00 Quilha Curta - são quilhas com ou sem bulbo, com comprimento no máximo igual ao do leme do barco, ou seja a parte inferior da quilha deve estar no plano paralelo ao convés , que passa pela parte inferior do leme ou acima deste.


Interessante que com a nova redação dada não existe mais barco quilha curta, pois além do "seo" Valdir ninguém vai construir um veleiro de quilha com o leme mais profundo que a mesma...

Estudamos a regra, adaptamos o barco no que foi possível, medimos (medido desde fevereiro), planejamos, investimos para participar de uma competição como a RISW e na véspera mudam casuisticamente as regras do jogo. Que a BRA-RGS era um sistema de medição ruim sempre soubemos e aceitamos, por falta de opção mais adequada, medindo o Tinguá nela. Só não sabíamos que não era séria...

Tingua já em "versão" regata

Indignados e desanimados só nos restou preparar o Tinguá para as regatas.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Problemas na Travessia a Ilhabela

,tChegamos muito bem ontem (03/07), às 8:20h da manhã, ao Yatch Clube de Ilhabela depois de 39 h para percorrer as 228 mn desde o Capri Iate Clube, em São Chico, para participarmos da RISW2008.

Tinguá no pier norte do YCI, ainda na "versão" cruzeiro.

Mas, o inicio foi com problemas de sujeira no diesel do nosso tanque de inox. Com o Tinguá pronto para zarpar no pier do ICSC - acompanhado nesta travessia por Raphael Barp Garcia, que faz a proa nas regatas, e Roberto da Rocha Rodrigues, estreante em travessias - o motor apagou. Mexe daqui e de lá detectamos entupimento da mangueira que transporta o combustível do tanque para o filtro Rakor. Problema solucionado, filtros substituídos, saímos às 14:40h. Próximo às duas da madrugada o motor parou de funcionar. Com vento sul favorável continuamos velejando até clarear o dia para tentarmos resolver o problema. Ao amanhecer, decidi antes de mais nada mudar o rumo para São Francisco do Sul, naquela hora velejando com vento fraco de través, para fazer uma limpeza geral no sistema de combustível. Estávamos a 47 mn da Ilha da Paz, na entrada da Baía da Babitonga. Novamente não vinha diesel do tanque. Após cerca de duas horas de tentativas e luta contra o mareio, o novato Roberto (que não mareou) fez uma "chupetinha" na mangueira e o "líquido milagroso" voltou a correr.

Chegamos ao Capri Iate Clube às 19 horas com o motor sendo devidamente alimentado. Após alguns contatos optei pela vinda do Elói e Cristian, do Armazém Naval de Fpolis, que são autorizados Yanmar, para solucionar o problema. Retirarmos o diesel, o tanque - é difícil mas êle sai pela tampa do paiol de popa - limpamos, lavamos com querosene, substituímos novamente o Rakor que estava imundo com "cobras e jacarés". Reiniciamos nossa viagem, deixando o Capri, onde fomos muito bem recebidos, às 17:20 h do dia 01/07 (terça).

Roberto aproveitou a parada em São Chico e comprou um estoque de linhas e iscas artificiais, fissurado em fisgar alguns peixões em mar aberto. A expectativa e a torcida eram grandes até que na tarde do dia 02 fisgamos o tal peixe. Bem, o peixe não brigava muito mas era puxado com cuidado pelo Rapha, não não era um peixe, talvez uma ave, não era um pinguin...Felizmente não se feriu muito e foi facilmente devolvido ao mar.

Raphael soltando o pinguin do anzol.

Para não passar em branco, ao amanhecer do dia 03/07 entrando no Canal de São Sebastião fisgamos um peixe-espada.

Rapha e Roberto e o peixe-espada.

(Veja vídeo do pinguin aqui).