quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tinguá Esta em Jurerê

Nesta segunda-feira mesmo sem ainda ter substituido as baterias e resolvido o problema do piloto automático, levei o Tinguá para uma poita na sede oceânica do ICSC, em Jurerê. Saímos só as 15:35 do trapiche da sede central pois o barco estava sendo limpo e encerado e o "tráfego" no pau-de-carga era intenso. Me acompanhou meu sobrinho Tassinho. Mais uma vez nordestão pela cara e motorando. Só após a Ponta de Jurerê deu para desligar o motor e curtir uma velejada.

No dia seguinte (ontem), aliás um dia maravilhoso para cruzeirar, fomos cedo para a Praia do TInguá numa gostosa velejada. A bordo esposa, filhos, sobrinhos e irmão. Desta vez já em "alta temporada" com muitas lanchas e alguns veleiros. Depois da praia, muitos banhos, o calor era "canino", e do churrasquinho retornamos a Jurerê, noutra velejada gostosa.

Após algumas trocas na tripulação, sairam Claci, Rafael e Eduardinho e entrou meu cunhado Beto com as iscas e material para pescaria. Fomos nos divertir no lindo final de tarde, agora com vento leste de 8-9 nós, num pesqueiro atrás da Ilha do Francês. Até escurecer e retornar a poita em Jurerê matamos 15 peixinhos, entre cascotes, peixe aipim e cocorocas.

Teve até uma enguia, pega no anzol. (Foto Carlos Eduardo Beltrão)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

De Volta ao Tinguá

Desde março de 2008 que não íamos a Praia do Tinguá, a origem do nome do nosso veleiro. Ontem retornamos e dormimos lá com a praia só para nós. Chegamos de uma viagem à Gramado na sexta-feira e sábado só preparamos o barco, inclusive por que tínhamos uma festa à noite. A festa foi boa e animada e protelamos a saída para o domingo à tarde. Novo adiamento, o nordestão estava "comendo solto". Na segunda resolvemos alguns compromissos pela manhã e finalmente saímos depois do almoço. Não sem antes termos um pequeno problema ao sair do trapiche: ao engatar a ré o barco movimentou-se para a frente, ao inverter o comando a mesma coisa. Logo descobri o problema, pois o cabo da ré se soltou do comando devido a má colocação da cupilha. Na semana anterior o pessoal do Armazém Naval havia mexido no comando para solucionar o travamento eventual do mesmo, notadamente no engate da ré.

A ida até a Praia do Tinguá foi motorando com nordestão na cara. Na altura de Ratones Pequeno, mesmo cavalgando as ondas curtas provocadas pelo vento de 18-20 nós fomos abordados por um inflável da Marinha do Brasil, que solicitou a documentação do barco e do comandante. Ufa! Havia pago o seguro contra terceiros, vencido no dia 19/12, naquela manhã graças ao email com o boleto que recebi da Murolo Seguros.

O Tinguá no Tinguá.

A estada na Praia do Tinguá foi super tranquila e gostosa, mas hoje (terça-feira) já retornamos a sede centro do ICSC, para os preparativos do Natal em família, que será comemorado em nossa casa, e a família é grande. Na volta, logo após a saída do Tinguá já com a genoa armada fomos mais uma vez abordados pelo inflável da Capitania dos Portos para mostrarmos a documentação. Realmente, a Marinha está muito ativa na sua Operação Verão o que é muito positivo, principalmente com o aumento de lanchas e jet-skis em nossas águas, muitas vezes conduzidos de forma temerosa e por pessoas inabilitadas. Outro ponto positivo foi a colocação das bóias de demarcação dos 200m na Praia do Tinguá. Isto somado a fiscalização constante deve acabar com o tráfego maluco dos jet-skis entre os barcos ancorados e os banhistas.

Neste inverno saímos pouco com o Tinguá pois tivemos um inverno longo com muita chuva e ventos malucos e isto comprometeu as baterias. Já havia notado que elas estavam perdendo carga muito rápido e agora neste passeio isto ficou comprovado. Foi impossível manter a geladeira ligada durante a noite. Bem, elas também já tem 3 anos. Estamos providenciando a substituição.

O outro problema é o piloto automático. Continuamos com problema no nosso Raymarine ST2000+. Depois de voltar do conserto na RayTech êle funcionou por cerca de uma hora e o mesmo díodo que havia soltado da placa de circuito impresso soltou novamente. foi feita uma "gambiarra" para aproveitar a mesma peça que não funcionou. Desta vez comprei um díodo equivalente e soldei na oficina de informática de um amigo. O motor que movimenta o eixo voltou a funcionar. O problema é que não consigo calibrá-lo e reconfigurá-lo. Faço a calibração conforme o manual, mas em utilização ele desvia uns 90º para cada lado, ficando impraticável utilizá-lo. Já configurei com o set default e fiz algumas outras tentativas e nada. A cada vez que executo o procedimento de calibração ele apresenta um desvio na casa dos 30º.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Regata Volta à Ilha

A Volta à Ilha de Santa Catarina é a mais charmosa, tradicional e esperada regata de Santa Catarina, fechando a Copa Veleiros da Ilha de Oceano, como sua 9ª etapa.No entanto, Jorge e Eu acabamos decidindo não participar desta 41ª edição com o Tinguá, neste dia 05/12. Então embarquei no Guga Buy, do Cmdte. José Zanella. Estávamos em nove tripulantes, entre eles Eduardo Zanella (é claro) e Gugu Dutzmann, do Tuareg.

Movimentação no ICSC no sábado cedo.

Largamos as 10:06h, com mais 46 barcos, em direção a Barra Sul da Ilha de Santa Catarina, com vento contra de SE de fôrça 3 que se manteve até próximo a Ilha dos Cardos. Aí o vento parou, deu algumas rondadas com intensidade fraca e em seguida entrou o NE. Já estávamos bem posicionados na regata e rapidamente subimos o balão. O vento foi aumentando e numa rajada maior nosso balão explodiu. Subimos a genoa 1 e contornamos a Barra Sul, re-ultrapassando o Best Fellow e o Super Pimpo. Ao chegarmos ao Pântano do Sul o NE já era de fôrça 5 e sem a proteção das montanhas a genoa 1 começou a abrir rasgos verticais próxima a esteira, nos obrigando a fazer a troca para a genoa disponível, uma 3, antes que explodisse também.

O restaurado classe Hamburgo 33 "Anita I" foi quem deu a largada.

O novo Guga Buy é um Farr40 do final dos anos 80, muito bem projetado e construido, navega muito bem e está bem conservado, mas que há anos vinha sendo usado somente para cruzeiros, na região da Baía Grande. A excessão da mestra e da genoa de enrolar, seu enxoval de velas está enfraquecido e é leve para nosso regime de ventos.

Com a genoa 3 nosso desempenho caiu principalmente após passarmos pela Ilha do Mata Fome, quando o vento recuou para fôrça 4. O pior foi fazer as 18 últimas milhas com "asa de pombo" com a genoinha 3, por não termos mais balão. Na subida da costa leste da ilha, no contra vento, tivemos alguns outros pequenos problemas como o rompimento do carrinho da esteira da mestra e mais tarde do próprio cabo (de aço) da esteira. Também o carrinho de BB do trilho da buja escapou duas vezes nas cambadas, até que uma prosaica limada no seu pino resolveu o problema. Completamos a regata próximo a uma hora do dia 6, em 14:43:17h, em sétimo lugar na competitiva RGS A.

Veleiro Main34 "Carino" quabrou o mastro nas proximidades do Pântano do Sul (Foto Kriz Sanz).

Apesar dos percalços, é sempre muito bom fazer uma Volta à Ilha, ainda mais em boa companhia. E tem sempre muita história para contar como os mastros quebrados do Carino e do Homo Erectus ou a epópéia do pequeno Banzai, um Alpha de apenas 20,2 pés, que com dois tripulantes levou exatas 25:17:26h para completar a regata.