O velejador Airton Luciano Aragão publicou no grupo de discussão na internet da ABVC um texto retirado do livro "Sailing Just for Fun - High Adventure on a Small Budget", do velejador inglês A. C. Stock, sobre as vantagens e desvantagens dos barcos pequenos versus os barcos grandes, que reproduzo no final deste texto.
Há mais de 10 anos passou pelo ICSC-Veleiros da Ilha um velejador russo, do qual não me recordo o nome, que estava dando a volta ao mundo num veleiro espartano de apenas 12 pés, construído pelo próprio na varanda de seu apartamento. Quem conviveu com ele, no tempo que passou no Veleiros, não esquece uma frase sua, dita no seu parco inglês: " big boat, big problem".
Esta é uma discussão antiga, tal qual outras como monocasco x multicasco, na qual não vou entrar. Porque eu acredito que nos dois casos não há vencedor. Para mim tudo depende do seu perfil de navegador, isto é de onde, quando, como, com quem, em que situações, por quanto tempo você usa seu barco, do seu tempo disponível, de quanto você quer investir e se você dispõe desta quantia.
Nosso 30 pés, o Tinguá, nos atende muito bem para as navegadas de final de semana na região de Florianópolis, com pernoites de 1 a 2 dias. Já para cruzeiros longos com a família ou amigos, com travessias e "mais mar", preferimos um catamaran de 38' que privilegiasse o espaço interno, como o TinguaCat. Enfim, cada um tem que saber qual é o número de seu sapato...
Há mais de 10 anos passou pelo ICSC-Veleiros da Ilha um velejador russo, do qual não me recordo o nome, que estava dando a volta ao mundo num veleiro espartano de apenas 12 pés, construído pelo próprio na varanda de seu apartamento. Quem conviveu com ele, no tempo que passou no Veleiros, não esquece uma frase sua, dita no seu parco inglês: " big boat, big problem".
Esta é uma discussão antiga, tal qual outras como monocasco x multicasco, na qual não vou entrar. Porque eu acredito que nos dois casos não há vencedor. Para mim tudo depende do seu perfil de navegador, isto é de onde, quando, como, com quem, em que situações, por quanto tempo você usa seu barco, do seu tempo disponível, de quanto você quer investir e se você dispõe desta quantia.
Nosso 30 pés, o Tinguá, nos atende muito bem para as navegadas de final de semana na região de Florianópolis, com pernoites de 1 a 2 dias. Já para cruzeiros longos com a família ou amigos, com travessias e "mais mar", preferimos um catamaran de 38' que privilegiasse o espaço interno, como o TinguaCat. Enfim, cada um tem que saber qual é o número de seu sapato...
Barco Pequeno x Barco Grande (A.C. Stock)
Não há dúvida que barcos grandes têm melhores acomodações, em particular, espaço suficiente para convidar pessoas a participarem de uma travessia/passeio. Mas... barcos maiores propiciam mais e melhores velejadas ? Não !!! Parece existir uma correlação entre o tamanho do barco e o tempo para velejar com ele. Uma pessoa com um barco grande tem vantagens quando se trata de férias de 3 ou 4 semanas mas ela pode fazer num fim de semana mais do que se pode fazer num barco bem menor ? Uma velejada de 60 ou 70 milhas é plenamente satisfatória para um fim de semana. Uma travessia dessas num barco de 40 pés é apenas um passeio. Num barco menor, uma gratificante aventura. Temos que lembrar que o encanto da coisa é se mover com o vento numa redondeza marítima agradável. Claro que temos que ter um sistema que dê suporte à vida durante o exercício mas isso pode ser uma cápsula e não algo muito maior O custo de aquisição sobe muito rapidamente para cada pé adicional no tamanho do barco e todos os outros custos relacionados ao barco crescem na mesma proporção (seguro, marina, pintura, venenosa, velas, cabos, etc. sem contar o custo de manutenção de motores, guinchos, etc.) Um barco maior pode aparentar mais segurança (exceto quando você cai dele e tenta voltar para um convés muito alto) mas muitos itens serão renovados menos frequentemente do que em um barco pequeno apenas por causa do custo Claro que um barco maior cobre a mesma distância em menos tempo mas o objetivo é velejar Um barco pequeno pode explorar as barras de rio com mais facilidade, é simples lançar e suspender ancora. Já num barco grande, a tendência é permanecer ancorado pelo trabalho que dá partir e chegar. Muitos barcos grandes são vistos se movendo a motor em situações perfeitas para velejar simplesmente por causa do trabalho que dá levantar e manejar velas grandes. Como velas grandes custam muito mais que velas pequenas é comum nos barcos grandes existir um enxoval menos completo do que nos barcos menores. Mesmo se há mais dinheiro disponível, as desvantagens dos barcos maiores continuam: mais tempo tem que ser gasto em manutenção o que significa menos tempo pra velejar; equipamentos como piloto automático, forno de micro-ondas, etc. vão requerer atenção, cedo ou tarde. Barcos grandes ancoram em água mais profunda o que significa mais cabo, corrente e peso pra lançar na água e levantar. O dono do barco pequeno pode usar uma âncora um pouco maior que a necessária, pra dormir tranquilo. Já os barcos maiores tendem a usar a menor âncora possível, pra evitar peso. Mesmo quando se navega de marina pra marina, os barcos menores têm vantagem: os barcos menores são os primeiros a entrar e sair quando há dependência da maré. No geral, barcos menores levarão mais tempo nas travessias, podem visitar locais impossíveis para barcos grandes e passam aos tripulantes grande sensação de velocidade devido à proximidade da tripulação com a água. Claro que, com mau tempo, a vida num barco pequeno é complicada. Mas... não é melhor sair com bom tempo ? Em suma... dá pra se divertir bastante com um barco pequeno.
5 comentários:
Olá!
O nome do russo é Evgeny Gvoznev.
Um abraço.
Narcélio
Obrigado, Narcélio.
Boa noite Beltrão:
Venho acompanhando teu blog já algum tempo porque penso em trilhar o mesmo caminho que tu, ou seja, comprar um catamarã na costa leste dos Estados Unidos e dali partir para um cruzeiro. Uma hora dessas gostaria de conversar contigo sobre isso.
Te escrevo hoje porque vi uma foto do meu barco, o Aruna, no teu post sobre barcos pequenos x grandes.
Aquele momento era o retorno de uma linda navegada de cinco meses que fiz com minha família saindo de Porto Alegre e indo até o Angra.
Por coincidência foi o único problema que tive durante todo esse tempo a bordo.
Também acho essa discussão inutil mas discordo do russo. Para mim o certo seria: "Big boats, big fun!".
Um abraço: Marcio Machemer.
Olá Márcio,
Desculpe utilizar uma foto do Aruna sem permissão. Acho muito bonito seu barco e cabia direito no post por ser xonsiderado um veleiro grande para os nossos padrões.
Será um prazer te conhecer e pode ajudar.
Grande abraço.
Boa tarde Beltrão:
Estamos trabalhando aqui em casa com a possibilidade de darmos uma velejada de um ano a partir do final do ano que vem.
São incontáveis as questões a resolver entre elas o barco em si.
Pensamos em duas hipóteses: fazer um upgrade no Aruna e subir com ele até o Caribe ou vender o Aruna, comprar um barco na Florida e de lá descer para o Caribe.
Apesar do dolar alto ter dificultado as coisas estamos mais inclinados pela segunda opção.
Nos livraria da reforma no Aruna (dessalinizador, holding tank, balsa, novo jogo de velas, etc...) e ainda pouparia a família da subida da costa do Brasil deixando mais tempo para aproveitar o Caribe.
Como foi a tua experiencia de comprar um barco fora?
Como funciona o envio do dinheiro e, posteriormente a venda do barco, o retorno desse valor para o Brasil?
Um grande abraço: Márcio Machemer.
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