segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mutley Corre Sozinho

Neste sábado aconteceu a 6ª etapa do Campeonato de Mini-oceano da Avelisc/FEISC, na Lagoa da Conceição, e mais uma vez vencemos com o Mutley, na classe Bruma19. Depois de não ter participado da 4ª e 5ª etapas por estar em Angra com o Tinguá (na 4ª o Carlos Kindlein correu com o Mutley e venceu) voltei com o Daniel Zohar, meu parceiro no ano passado. Em contraste com os dias muito frios e depois muito chuvosos tivemos um dia ensolarado, quente e com ventos de 12-15 nós de WNW, perfeito para uma ótima regata. Mas foi sem graça, não tivemos adversário. Até o Imagine o outro único Bruma19 presente não participou por problemas no estaiamento ainda antes da largada.

Daniel e Eu na 6ª etapa


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Preventer Simples e Barato

Há bastante tempo queria instalar um sistema de prevenção de jibe da vela grande no Tinguá. Minha opção foi por uma sugestão postada no grupo de discussão da ABVC, que utiliza um freio 8 grande (ou oitão) de resgate, peça utilizada em alpinismo, que precisei encomendar. Instalei o sistema e o utilizei pela primeira vez na travessia Floripa-Bracuhy, em junho passado.
Conforme a foto, trata-se de um sistema simples e barato. Um oitão de alpinismo (custo entre 120 e 250 reais conforme o material utilizado, ou até menos se comprado usado no Mercado Livre), um cabo de preferência de 10 mm no comprimento adequado para o barco (deve permitir a máxima abertura da retranca para os dois bordos), dois moitões que instalei nas argolas existentes para instalação dos barber hauls da vela balão e dois mordedores já existentes para os mesmos barbers (pode-se usar cunhos, stopers ou até catracas já existentes).


Não testei ainda com ventos fortes de popa, mas com ventos fracos e médios funcionou bem, freando adequadamente o jibe da grande. O único senão é que se o cabo não estiver tensionado ele escapa dos "chifres" diminuindo a frenagem o que para ventos fracos e médios mostrou-se até melhor, não deve ser o caso para ventos fortes. Acontece que no veleiro os cabos ficam mais abertos, então o ideal seriam esses "chifres" serem mais fechados. Além da função principal o sistema ajuda muito para evitar o balanço da retranca em mar agitado com pouco ou nenhum vento. Eu já o considero aprovado.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Férias de Inverno em Angra - 2

A última vez que a Claci esteve em Paraty foi em 2001, com o Gabriel que tinha 1 ano de idade. Depois de atracarmos no cais da Refúgio das Caravelas, ligar a energia do cais e tomarmos banho fomos para a cidade, passear no centro histórico. Paraty é sempre um charme transpirando cultura, história e bom gosto.

A família numa das ruas de Paraty
Na quarta-feira (27/07) saímos de Paraty para conhecer a região. Mais um dia maravilhoso, como tem sido desde segunda, ensolarado, céu azul sem nuvens, temperatura nos 25-27 ºC. Fomos costeando passando pelo Saco do Bom Jardim, do Jurumirim, Ponta Grossa, Praia Vermelha, uma volta pela costeira da Ilha do Algodão e então ancoramos no Saco da Velha.

 Dias lindos, como este começando em Paraty

 O Saco da Velha, um dos lugares listados para conhecermos nesta viagem, é um enseada bem abrigada com duas pequenas praias e algumas poucas habitações, numa das praia de veranistas e na outra, onde ancoramos, de nativos onde existe um bar e restaurante rústico. A água é bastante limpa e a temperatura dela estava em 25,5 ºC. Tomamos banho, andamos de botinho explorando a costeira a procura de um lugar para snorkel, mas havia poucos peixes.

Tinguá ancorado no Saco da Velha

No meio da tarde suspendemos âncora e fomos conhecer a Enseada de Paraty-mirim. Passamos pela vila, o único lugar onde se chega de carro nesta região, que tem uma pequena e histórica igrejinha na praia e percorremos todos os recantos deste belo lugar. Uma enseada que se alonga continente a dentro com muitos recantos, prainhas e pequenas baías. No final da tarde voltamos do fundo da enseada velejando de genoa a 2-3,5 nós num mar e céus azuis com o sol descendo rumo ao horizonte. Num destes momentos que não tem preço. Chegamos no super abrigado ancoradouro da Ilha da Cotia (situada na entrada da enseada) já com o sol escondido atrás das montanhas do continente.

Paraty-mirim, a enseada, vista do fundo para a entrada

A histórica Capela de N.Sra. da Conceição de Paraty-mirim
  
Na quinta-feira o dia amanheceu nublado, mas pelas nove horas o céu já estava limpo de novo. Gabriel que vinha tentando pegar algum peixe sem sucesso, mesmo com o camarão comprado em Paraty, "desencantou" nesta manhã na Cotia pegando vários com a isca artificial de peixinho. A maioria devolvidos a água. Por volta das nove horas rumamos para o Saco do Mamanguá.

 
 Gabriel e os peixinhos da Cotia

Há muito tempo que desejava conhecer o Saco do Mamanguá, de veleiro. Já passei ao longo de sua entrada muitas vezes, até já estive na Ilha da Cotia, ali pertinho, sempre sem tempo. Não desta vez. Passamos pela primeira vila logo na entrada e fomos ancorar na segunda, a Vila do Cruzeiro, ao pé de sua formosa montanha, como a famosa e não menos formosa, chamada de Pão de Açúcar. Passeamos na vila, conversamos com alguns nativos, fizemos uma picanha no barco com vista para a montanha e à tarde fomos conhecê-lo até o final. Com um vento fraco de popa pudemos ir curtindo seus encantos velejando calmamente. Como a Enseada de Paraty-mirim o Saco do Mamanguá é uma baía ainda mais estreita e alongada que avança continente adentro com montanhas em sua margens, lembrando um fiorde escandinavo. Por isto costuma ser chamado de fiorde brasileiro e fiorde tropical.

O Mamanguá visto da entrada
 
 
Assando uma picanha na frente de Cruzeiro

Ficou uma frustração, ou melhor um motivo para voltar. Não subi ao Pão de Açúcar pois avaliei que a trilha até o seu topo, pelos relatos que tivemos, seria muito pesada para o Gabriel que insistia em ir. Dormimos ancorados nas proximidades do pé do Pão de Açúcar.

O Mamanguá visto do fundo para a entrada

A sexta (29/07) novamente amanheceu nublada e mais uma vez as nuvens sumiram rapidamente. Rumamos para conhecer a Enseada do Pouso de Cajaíba e suas praias. Ancoramos na maior delas a Praia Grande de Cajaíba. Ainda dentro da Baía da Ilha Grande mas voltada para o mar aberto aqui temos sempre presente a ondulação do mar, muito tranquila neste dia. 

Praia Grande de Cajaíba

 
A baía da Praia Grande de Cajaíba, na Enseada do Pouso

Vila do Pouso

No final da tarde, depois de percorrer toda a Enseada do Pouso optamos por pernoitar na Ilha da Cotia. Desta vez, véspera de final de semana, haviam cerca de 10 veleiros na ancoragem.  Aqui o único senão destas férias, furei uma das bananas do botinho ao bater em uma pedra chegando à remo na prainha.

 
Gabriel pescando no final de tarde na Ilha da Cotia
Entardecer na ancoragem da Cotia

No sábado (30/07) zarpamos às 7:00h pois teríamos cerca de 25 mn para retornar a Marina Bracuhy e, queríamos ter a tarde para limpar o barco e prepará-lo para mais uma temporada sozinho.  Contrariando a previsão do CPTEC fomos surpreendidos por um vento sudoeste (SW) pela popa que rapidamente aumentou para os 18-20 nós. Estávamos com a grande toda em cima e o piloto não dava conta. Rumei para a Ilha de Paquetá, a umas 2 milhas, para baixar a vela a sotavento da ilha. As fortes adernadas nas rajadas deixaram a família assustada. Depois vi que o anemômetro registrou 29,8 nós de velocidade máxima do vento.

Velejada tranquila voltando da Enseada do Pouso

Colocar o Tinguá na vaga do cais D do Bracuhy não foi nada fácil, naquela porranca. O espaço para manobra entre o nosso cais e o seguinte é muito pequeno e só consegui colocar o Tinguá de popa, sem maiores contratempos, porque um casal num inflável nos ajudou  empurrando na aleta de BE, além de juntarem uma bóia que havia "voado" para a água. Como é fantástica a solidariedade dos navegadores.

Tinguá pronto para mais um período de "hibernação"


Acabou. No outro dia o pior das férias, enfrentar os mais de mil quilômetros de estrada até em casa. Principalmente de São Paulo em diante onde as estradas pioram e pegamos muita chuva. Mas valeu!

Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/angra2011.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Férias de Inverno em Angra - 1

Minha esposa conseguiu uma semana de férias no trabalho, aproveitamos a última semana das férias escolares dos meninos, então pegamos o carro e fomos ao encontro do Tinguá, na Marina Bracuhy, no sábado (23/07). Desta vez fomos por São Paulo e descemos pela Rodovia dos Tamoios, que ainda não conhecíamos. Pegamos chuvas esparsas fracas por pelo menos 60% do caminho. Chegamos no Bracuhy às 19:00h depois de 13,5 horas e 1070 km.

No domingo (24/07) tiramos a capa do Tinguá, abastecemos de água e mais um monte de "coisinhas" até desatracarmos para nossa semana de férias "al mare". Rumamos para a Ilha da Gipóia com um NE de 15-17 nós. Ancoramos na Praia da Armação onde almoçamos. Depois para ficarmos melhor protegidos do vento que continuava soprando fomos para o Saco da Vila Velha, do outro lado. Pegamos uma poita "emprestada" e aproveitamos o sol que voltou bonito. Mamãe lendo, Eu e o Rafael jogando bola na praia e o Gabriel tentando pegar algum peixe.

Cataguás, na realidade duas ilhas
Após uma noite traquilissima acordamos cedo com um dia maravilhoso. Tomamos o café da manhã e rumamos para a Ilha de Cataguás, na Baía de Jacuacanga, um dos cartões postais de Angra dos Reis que não tinhamos conhecido na outra temporada por aqui. Lugar lindo. A água estava fria na entrada mas depois o banho ficou ótimo. Gabriel encontrou poucos peixes diferentes no snorkel e pediu para irmos as Botinas. O vento do domingo já havia voltado, ENE desta vez com 14-15 nós. Também nas Botinas havia só as espécies mais comuns. Talvez por causa do vento. Rumamos então para a Marina Piratas, na cidade de Angra, para completarmos o tanque de diesel e a dispensa do Tinguá. Almoçamos no shopping anexo onde encontramos o casal de amigos Fernando e Marta, do veleiro Planeta Água.

Nosso botinho e o Tinguá ancorado em Cataguás
Nesta temporada na Baía da Ilha Grande planejamos conhecer mais a região de Paraty. Então da Piratas rumamos em direção a Ilha do Cedro, distante cerca de 20 mn. Mesmo com aquele vento da manhã nos ajudando até a Ilha do Brandão vimos que chegaríamos no Cedro só depois do por do sol. Então ancoramos na Ilha Sandri para pernoitar, junto na ancoragem o veleiro Procelária. Saímos cedo para o Cedro onde chegamos por volta das 8:30h. Ancoramos na Praia do Sul, curtimos a praia, jogamos frescobol, tomamos umas Astronautas (deliciosa caipirinha com limão, maracujá e cachaça Maria Izabel) com isca de Robalo, no Bar do Nelson.

Frescobol na Ilha do Cedro

D. Claci preparou um talharim com molho vermelho para o almoço, depois uma pequena sesta e rumamos para Paraty a 11 mn de distância. Às três e pouco da tarde atracamos no pier da Marina Refúgio das Caravelas.
 
Chegando a Paraty
Veja mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/angra2011.