quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cuidado com Gás a Bordo

O recente acidente com gás GLP com o  Inácio Pupo no seu veleiro Kapiao (Samoa27), chama nossa atenção para esse sistema que temos na maioria dos veleiros de cruzeiros e nem sempre é tratado com o devido cuidado e segurança. 

Minha esposa é cuidadosa e sempre cobra o fechamento da válvula do bujão de GLP, que no Tinguá e de resto na maioria dos veleiros fica num paiol específico junto ao cockpit, depois de utilizar o fogão. Além deste cuidado, no mínimo, devemos manter bujão, válvula, mangueiras em bom estado e dentro de seus prazos de validade. O desejável é termos sensores de vazamento de gás com dispositivo que fecha a válvula em caso de alguma anormalidade. O veleiro em que fizemos o charter nas BVI ano passado possuía um sistema deste, mas não o conheço em detalhes. Depois deste acidente vou procurar saber mais à respeito.

O estado em que ficou o Kapiao após a explosão

Inácio tem 79 anos e veleja regularmente, participando dos cruzeiros organizados pela ABVC, como o Costa Leste 2010 e, no ano passado, veio até Florianópolis no Cruzeiro Costa Sul, na companhia do Lopez, outro velejador (digamos) de alta idade, com o Kapiao.
 
No blog do Tangata Manu, do Ricardo Amatucci, tem mais detalhes sobre o acidente. Foi de lá que "surrupiei" a foto acima.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A Política Ambiental no Brasil

Dois exemplos diretamente ligados a vela aqui em Florianópolis, demonstram o tipo de política ambiental que se pratica no país. No inicio de 2007 quando o Tinguá chegou seus 1,55m de calado nunca tocavam o fundo do canal de entrada do ICSC. Hoje, no pier norte, já toca até em maré cheia, nas baixas arrasta no lodo, no estofo da baixa esta impossível de se mover.  O ICSC está há mais de 5 anos lutando para conseguir dragar seu canal de entrada. É uma infinidade de órgãos a dar permissões, licenças e afins com suas burocracias paralizantes. São três instâncias ambientais (municipal, estadual, federal) se sobrepondo, SPU, Marinha, Prefeitura e sabe-se lá mais o quê. Depois de obter todas as licenças para a dragagem, começa tudo de novo de como operacionalizar. A último prazo é de que, finalmente, neste mes de janeiro se consiga dar início a dragagem. Na causa do assoreamento ninguém vê, ninguém sabe, ninguém mexe...

O assoreamento do canal que liga a Lagoa da Conceição ao Oceano Atlântico, e da própria lagoa, é outro exemplo. Não pode dragar. Por conta de leis inadequadas e firulas burocráticas está se asfixiando a lagoa toda com a cada vez menor troca de água com o mar. O prejuízo ambiental é muito maior.

Vivemos no Brasil uma verdadeira ditadura ambiental. São dezenas de órgãos e centenas de leis, decretos, regulamentos e sei mais lá o que. Nada pode. Profissionais ideológicos recém saídos da faculdade, sem experiência nem maturidade profissional e de vida tem poder imperial. A vontade deles é soberana. Aos olhos dos incautos pode parecer que estamos realmente cuidando do nosso ambiente. Ledo engano. Cuidam dos anéis enquanto os dedos se vão...Estão ai o desmatamento descontrolado da Amazônia, a pesca predatória a acabar com a piscosidade do nosso litoral, os derramamentos de óleo das petroleiras, as favelas subindo os morros e aterrando os mangues...muitos outros exemplos poderiam ser listados.

Nem precisaria, mas reforço que sou totalmente favorável ao controle ambiental. Mas racional e inteligente, para que realmente atinja o objetivo. Da maneira que vem sendo praticado pelos órgãos oficiais é mais um incõmodo, um entrave, causa grande insegurança jurídica (não é raro mesmo tendo todas as licenças ambientais sofrer-se embargo posterior do Ministério Público).

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ano Novo? Nem Parece

Estamos em mais um ano novo, mas nem parece. Todas aquelas expectativas, esperanças, promessas esvaem em poucas semanas. Tudo continua como sempre...E assim vamos levando  nossa "vidinha". Não é reclamação porque a minha vai muito bem, obrigado. Só não quero que piore, mas se melhorar ainda mais não vou reclamar...

Desde que me aposentei costumo dizer que estou de férias quando a esposa e os meninos também estão. É que a rotina é outra. Minha esposa teve o recesso de final do ano do judiciário, que desta vez chegou a exatas três semanas e os meninos em férias escolares. Mas não fomos tanto ao mar como gostaria. Tem as festividades de final de ano, visitas da filha mais velha que mora fora, do meu cunhado "baiúcho" de Salvador e até viajem para o interior para um destes encontros de família.  

 Vista panorâmica do centro de Floripa, visto da Baía Norte

O Tinguá tem permanecido, como sempre nesta época, numa poita da sede oceânica do Veleiros da Ilha, na praia de Jurerê. Saímos várias vezes e na última semana deu para fazermos  duas ótimas velejadas na região norte da Ilha de Santa Catarina. Nesta quinta-feira (12/01) trouxe-o à sede centro para uma limpeza geral. Foi uma ótima "descida" com mar, maré e vento favoráveis. Ontem cedo, num dia muito lindo mas com apenas uma brisa e contra, retornamos a poita em Jurerê. Já à noite despencou água e continua chovendo até agora.

Tinguá sendo içado para limpeza