sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Rumo as Florida Keys

No dia 21 de Dezembro finalmente o TinguaCat voltou para a água. Neste mesmo dia Fernanda, Marcelo e o neto Pedro também embarcaram. Dia seguinte zarpamos somente às 12:50h pois a geladeira não estava funcionando direito, ora a bomba de refrigeração funcionava ora não, e tentei resolver o problema. Não consegui, então seguimos só com o nosso freezer pequeno funcionando como refrigerador. Pernoitamos na ancoragem conhecida próxima as Twin Bridges em Daytona Beach. Chegamos somente as 18:50 h tendo que fazer o trecho final a noite na Intracoastal Waterway (ICW). Nesta época o Sol se põe aqui antes das 17:30h.

Na ancoragem em Daytona Beach

Já navegando no amanhecer de Daytona

Manhã seguinte (23/12) partimos cedo às 7:00h para um longo trecho de 73 milhas náuticas até a ancoragem conhecida como Dragon Point, em Indian Harbor Beach, uma town na margem oposta a Melbourne, onde chegamos às 17:45h.  Aí desaceleramos para passar o Natal. No dia 25 a filha e família desembarcaram e seguiram por terra para Miami para retornar ao Brasil. Nós seguimos, no dia 26, para Vero Beach. Chegando lá antes de pegar a poita encostamos no píer da marina para completar diesel, água e fazer pumpout. A Vero Beach City Marina tem um extenso campo de poitas que custam $16,25 (mais tax) o pernoite com direito a wifi na poita, água, pumpout, uso dos banheiros, lavanderia e algumas outras facilidades como linha de ônibus grátis na porta da marina, além de ter um charme próprio. Por isto é uma das "queridinhas" dos velejadores nos Estados Unidos e seus slips e moorings estão sempre lotados, em geral cada poita com dois ou três barcos amadrinhados. Desta vez amadrinhamos com o Imagine, um catamaran Manta42. Tentamos resolver o problema do refrigerador mas não conseguimos ninguém neste período de holidays. O jeito foi programar uma parada na Harbortown Marina, em Fort Pierce, que tem uma forte estrutura de serviços náuticos.

Ancoragem no Dragon Point

Numa poita em Vero Beach

Dia 28 (quinta feira) saímos cedo para Fort Pierce a somente 12 mn onde na sexta feira pela manhã conseguimos consertar o refrigerador com a troca do módulo eletrônico de controle. Logo depois do almoço zarpamos rumo a Palm Beach. Tinhamos pressa pois a janela de tempo para chegar a Miami ia só até domingo. Segunda entrava uma forte frente fria. Para chegarmos em Miami somos obrigados a usar o Oceano Atlântico, ao menos entre Fort Lauderdale e Miami pois existe uma ponte fixa, já em Miami, com somente 56 pés de clearance (o TinguaCat precisa de 58), a única fixa com menos de 65 pés em toda waterway. Acontece que entre Palm Beach e a barra em Fort Lauderdale existem 21 pontes de abrir, a maioria com horários fixos, o que torna este trecho muito ruim para navegar. Neste dia fomos até a ancoragem chamada Peck Lake onde pernoitamos. No sábado de manhã completamos as 19 mn restantes até a ancoragem no North Lake Worth, na região de Palm Beach.

Dia 30 amanheceu com nevoeiro

Ancorados no Lake Worth, em Palm Beach

Lua cheia na ancoragem do Lake Worth

Dia seguinte, véspera de ano novo, saímos da ancoragem às 04:00h rumo a Miami. As primeiras cerca de 6 mn pela waterway até a barra de Palm Beach. Seguimos velejando com vento NW favorável de 14-18 nós que duas horas depois baixou para 8-10 nós.  Por volta de 14:45h entramos na barra de Miami e fizemos mais cerca de 7 mn até a ancoragem em frente a Belle Isle no lado de dentro de Miami Beach.  Lá ficamos com alguma proteção dada pelos edifícios da ilha para os  fortes ventos de Norte da frente fria. Esta ancoragem é excelente, nas proximidades do inicio da Lincoln Road, coração de Miami Beach, perto de mercado e todo tipo de comércio, mas por solicitação dos moradores está proibido amarrrar os dinghies na região. Na vez passada em que estivemos ali, em dezembro de 2015, ainda podíamos deixá-lo num pequeno píer próximo ao supermercado Publix, entrando pelo Collins Canal. Desta vez até lá estava proibido. Passamos o Reveillon a bordo com uma visão privilegiada dos vários shows de fogos pela cidade. No dia primeiro, contando com o feriado,  arriscamos deixar o dinghy no pierzinho do Publix e fomos conhecer o Memorial do Holocausto e tomar um café na Lincoln. A frente fria entrou à noite e nos dois dias seguintes tivemos muito vento com rajadas de mais de 30 nós e uma noite e uma manhã de chuva. Deu para completar a nossa água com nosso sistema de captação de água da chuva. Não saímos do barco. Na quinta feira (04/01) com um dia frio (11°C) e maravilhoso zarpamos às 08:28h rumo as esperadas Florida Keys. Fomos pelas baías e sounds internos com ventos NW de 15-18 nós com rajadas de até 23 nós. Profundidades boas de 4,5 a 2,5 m. Fomos dormir 49 mn depois junto a costa de Key Largo no Buttonwood Sound.

Velejando rumo Sul no Atlântico

Ancorados em Miami Beach

Por do Sol maravilhoso no último dia do ano


Show de fogos para todos os lados

Memorial do Holocausto em Miami Beach

Amanhecer calmo

Dia seguinte às 7:30h já estávamos navegando novamente. Daqui para baixo passamos alguns sounds mais rasos com profundidades de chegaram a 1,5 m. As ligações entre estes vários sounds é feita por canais artificiais (os cuts) ou por pequenos rios (os creeks). Depois de 22 mn atravessamos para o lado de fora das Keys, no Hawk Channel como é chamada a por,ão do Atlântico entre os recifes e as ilhas, pela  ponte (com 65 pés) que liga Upper Matacumbe Key a Long Key. Além dos Biscayne Channel e Caesar Creek na Baía de Biscayne próximo a Miami, esta ponte e a Seven Mile Bridge, em Marathon, cerca de 28 mn a frente são as únicas passagens entre o lado interno e o externo.  Desta passagem até pegarmos uma poita no Boot Key Harbor, em Marathon, foram cerca de 30 mn pelo Hawk Channel. Pegamos a poita R9 às 15:45h. Foram 98 mn desde a ancoragem em Miami Beach.

Downtown de Miami

Atravessando do Barnes Sound para o Blackwater Sound pelo Jewfish Creek

A partir do Buttonwood Sound começa um verdadeiro inferno para a navegação. São as boias dos Lobster ou Crab Pots, as armadilhas para pegar lagostas e caranquejos que povoam estas águas tanto do lado interno como do externo e, veríamos depois, pelo Golfo do México até Marco Island. Nem o canal da waterway esta livre delas. É atenção total e dá-lhe desviar pois atropelar alguma pode ser cabo enrolado no hélice. Segundo os locais e guias a temporada da pesca vai de novembro a maio.

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