No dia 21 de Dezembro finalmente
o TinguaCat voltou para a água. Neste mesmo dia Fernanda, Marcelo e o neto
Pedro também embarcaram. Dia seguinte zarpamos somente às 12:50h pois a
geladeira não estava funcionando direito, ora a bomba de refrigeração
funcionava ora não, e tentei resolver o problema. Não consegui, então seguimos
só com o nosso freezer pequeno funcionando como refrigerador. Pernoitamos na
ancoragem conhecida próxima as Twin Bridges em Daytona Beach. Chegamos somente
as 18:50 h tendo que fazer o trecho final a noite na Intracoastal Waterway
(ICW). Nesta época o Sol se põe aqui antes das 17:30h.
Manhã seguinte (23/12)
partimos cedo às 7:00h para um longo trecho de 73 milhas náuticas até a
ancoragem conhecida como Dragon Point, em Indian Harbor Beach, uma town na
margem oposta a Melbourne, onde chegamos às 17:45h. Aí desaceleramos para passar o Natal. No dia
25 a filha e família desembarcaram e seguiram por terra para Miami para
retornar ao Brasil. Nós seguimos, no dia 26, para Vero Beach. Chegando lá antes de pegar a poita encostamos no píer da marina para completar
diesel, água e fazer pumpout. A Vero Beach City Marina tem um extenso campo de
poitas que custam $16,25 (mais tax) o pernoite com direito a wifi na poita, água,
pumpout, uso dos banheiros, lavanderia e algumas outras facilidades como linha
de ônibus grátis na porta da marina, além de ter um charme próprio. Por isto é uma das "queridinhas" dos velejadores nos Estados Unidos e seus slips e moorings estão sempre lotados, em geral cada poita com dois ou três barcos amadrinhados. Desta vez amadrinhamos com o Imagine, um catamaran Manta42. Tentamos resolver o problema do
refrigerador mas não conseguimos ninguém neste período de holidays. O jeito foi
programar uma parada na Harbortown Marina, em Fort Pierce, que tem uma forte
estrutura de serviços náuticos.
Dia 28 (quinta feira) saímos
cedo para Fort Pierce a somente 12 mn onde na sexta feira pela manhã conseguimos
consertar o refrigerador com a troca do módulo eletrônico de controle. Logo
depois do almoço zarpamos rumo a Palm Beach. Tinhamos pressa pois a janela de
tempo para chegar a Miami ia só até domingo. Segunda entrava uma forte frente
fria. Para chegarmos em Miami somos obrigados a usar o Oceano Atlântico, ao
menos entre Fort Lauderdale e Miami pois existe uma ponte fixa, já em Miami,
com somente 56 pés de clearance (o TinguaCat precisa de 58), a única fixa com menos de 65 pés em toda
waterway. Acontece que entre Palm Beach e a barra em Fort Lauderdale existem 21
pontes de abrir, a maioria com horários fixos, o que torna este trecho muito
ruim para navegar. Neste dia fomos até a ancoragem chamada Peck Lake onde
pernoitamos. No sábado de manhã completamos as 19 mn restantes até a ancoragem
no North Lake Worth, na região de Palm Beach.
Dia 30 amanheceu com nevoeiro
Ancorados no Lake Worth, em Palm Beach
Lua cheia na ancoragem do Lake Worth
Dia seguinte, véspera de ano
novo, saímos da ancoragem às 04:00h rumo a Miami. As primeiras cerca de 6 mn
pela waterway até a barra de Palm Beach. Seguimos velejando com vento NW
favorável de 14-18 nós que duas horas depois baixou para 8-10 nós. Por volta de 14:45h entramos na barra de
Miami e fizemos mais cerca de 7 mn até a ancoragem em frente a Belle Isle no
lado de dentro de Miami Beach. Lá
ficamos com alguma proteção dada pelos edifícios da ilha para os fortes ventos de Norte da frente fria. Esta
ancoragem é excelente, nas proximidades do inicio da Lincoln Road, coração de
Miami Beach, perto de mercado e todo tipo de comércio, mas por solicitação dos
moradores está proibido amarrrar os dinghies na região. Na vez passada em que
estivemos ali, em dezembro de 2015, ainda podíamos deixá-lo num pequeno píer
próximo ao supermercado Publix, entrando pelo Collins Canal. Desta vez até lá
estava proibido. Passamos o Reveillon a bordo com uma visão privilegiada dos
vários shows de fogos pela cidade. No dia primeiro, contando com o
feriado, arriscamos deixar o dinghy no
pierzinho do Publix e fomos conhecer o Memorial do Holocausto e tomar um café
na Lincoln. A frente fria entrou à noite e nos dois dias seguintes tivemos muito vento com rajadas de mais de 30 nós e uma noite e uma manhã de chuva. Deu para completar a nossa
água com nosso sistema de captação de água da chuva. Não saímos do barco. Na
quinta feira (04/01) com um dia frio (11°C) e maravilhoso zarpamos às 08:28h
rumo as esperadas Florida Keys. Fomos pelas baías e sounds internos com ventos
NW de 15-18 nós com rajadas de até 23 nós. Profundidades boas de 4,5 a 2,5 m.
Fomos dormir 49 mn depois junto a costa de Key Largo no Buttonwood Sound.
Velejando rumo Sul no Atlântico
Ancorados em Miami Beach
Por do Sol maravilhoso no último dia do ano
Show de fogos para todos os lados
Memorial do Holocausto em Miami Beach
Amanhecer calmo
Dia
seguinte às 7:30h já estávamos navegando novamente. Daqui para baixo passamos
alguns sounds mais rasos com profundidades de chegaram a 1,5 m. As ligações
entre estes vários sounds é feita por canais artificiais (os cuts) ou por
pequenos rios (os creeks). Depois de 22 mn atravessamos para o lado de fora das
Keys, no Hawk Channel como é chamada a por,ão do Atlântico entre os recifes e as ilhas, pela
ponte (com 65 pés) que liga Upper Matacumbe Key a Long Key. Além dos
Biscayne Channel e Caesar Creek na Baía de Biscayne próximo a Miami, esta ponte
e a Seven Mile Bridge, em Marathon, cerca de 28 mn a frente são as únicas
passagens entre o lado interno e o externo. Desta passagem até pegarmos uma poita no Boot
Key Harbor, em Marathon, foram cerca de 30 mn pelo Hawk Channel. Pegamos a
poita R9 às 15:45h. Foram 98 mn desde a ancoragem em Miami Beach.
A
partir do Buttonwood Sound começa um verdadeiro inferno para a navegação. São
as boias dos Lobster ou Crab Pots, as armadilhas para pegar lagostas e
caranquejos que povoam estas águas tanto do lado interno como do externo e,
veríamos depois, pelo Golfo do México até Marco Island. Nem o canal da waterway esta livre
delas. É atenção total e dá-lhe desviar pois atropelar alguma pode ser cabo
enrolado no hélice. Segundo os locais e guias a temporada da pesca vai de novembro
a maio.
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