A XXXIX Regata Volta a Ilha era a primeira do Tinguá e de quatro de seus seis tripulantes, mas não durou muito. Partimos muito bem às 10:05 do dia 08/12, tendo na tripulação Eu, Érico Couto Jr., Marco Antônio Duarte Rodrigues, Luiz Carlos Poyer, Sebastião Pratts Jr. e Cristiano Wuerzius, em substituição ao co-proprietário Jorge Calliari. Cristiano, vinte e poucos anos, com experiência em monotipos, foi uma indicação do Raphael Garcia, nosso proeiro em Ilhabela.
Escolhi uma rota de risco, aproveitando o calado de 1,55 m do Tinguá, detalhadamente estudada na noite anterior e plotada nas cartas digitais do programa CCD Gold, em nosso GPS. Íamos descer a Baía Sul da Ilha de Santa Catarina pela margem esquerda, região de muitos baixios, ainda mais com a maré "torrada" na largada da regata, o que deveria nos dar uma boa vantagem ao chegarmos a Barra Sul.
Como disse, largamos bem de balão, com vento N-NW na faixa dos 8-10 nós. Nesta edição fomos os únicos a optar por este trajeto. Ao chegarmos próximo a ponta da Caiacanguçu, já percoridas 9,5 mn e vencidos alguns baixios, o vento já rondado para NE começou a crescer bastante e acelerar nas encostas dos morros da região. Passamos lambendo a ponta, pegando o canalete ali existente com uma profundidade de 5-7 m. Em seguida nos deparamos com uma chata, do pessoal que está passando um cabo submarino de energia elétrica, fundeada bem no canalete. Aquela altura estava muito difícil de controlar o barco, que ameaçava atravessar o tempo todo. Optei deixar a chata por boreste a uma distância maior, por segurança. Érico que vinha acompanhando nosso progresso no GPS, precisou deixá-lo para ajudar o Júnior nas escotas do balão. Uma quase atravessada, a mais de 8 nós, para BB e...encalhamos! No canalete as margens são como degraus, a diminuição da profundidade é abrupta. Tentamos, tentamos mas só conseguimos nos safar utilizando o motor e aí foi-se a regata para nós. Meia volta volver...
Só nos restou retornar decepcionados ao clube, estávamos em terceiro lugar,só atrás dos "grandões" Catuana Kim e Mano's Champ. Mas ainda tinha mais. Estávamos motorando para sair dos baixios e acabou o diesel. Abastecemos com o camburão, mas entrou ar no sistema. Enquanto eu tentava tirar o ar e fazer o motor funcionar, os tripulantes no cockpit tocavam o barco só com a mestra. Como dá para ver no log na figura acima, encalhamos novamente, e agora sem motor. Era azar demais...então lembrei-me que o Cristiano chegou no barco com uma penca de bananas. Nunca acreditei nestas superstições, mas por via das dúvidas não embarco banana. Imediatamente, joquei as bananas ao mar e, em seguida, conseguimos desencalhar o Tinguá. Voltamos numa gostosa velejada de contra-vento, com um "nordestão" que chegava aos 30 nós.
A culpa foi das bananas....
(Fotos de Kriz Sanz do http://www.esportesdomar.com.br/)
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