A última vez que a Claci esteve em Paraty foi em 2001, com o Gabriel que tinha 1 ano de idade. Depois de atracarmos no cais da Refúgio das Caravelas, ligar a energia do cais e tomarmos banho fomos para a cidade, passear no centro histórico. Paraty é sempre um charme transpirando cultura, história e bom gosto.
A família numa das ruas de Paraty
Na quarta-feira (27/07) saímos de Paraty para conhecer a região. Mais um dia maravilhoso, como tem sido desde segunda, ensolarado, céu azul sem nuvens, temperatura nos 25-27 ºC. Fomos costeando passando pelo Saco do Bom Jardim, do Jurumirim, Ponta Grossa, Praia Vermelha, uma volta pela costeira da Ilha do Algodão e então ancoramos no Saco da Velha.
Dias lindos, como este começando em Paraty
O Saco da Velha, um dos lugares listados para conhecermos nesta viagem, é um enseada bem abrigada com duas pequenas praias e algumas poucas habitações, numa das praia de veranistas e na outra, onde ancoramos, de nativos onde existe um bar e restaurante rústico. A água é bastante limpa e a temperatura dela estava em 25,5 ºC. Tomamos banho, andamos de botinho explorando a costeira a procura de um lugar para snorkel, mas havia poucos peixes.
Tinguá ancorado no Saco da Velha
No meio da tarde suspendemos âncora e fomos conhecer a Enseada de Paraty-mirim. Passamos pela vila, o único lugar onde se chega de carro nesta região, que tem uma pequena e histórica igrejinha na praia e percorremos todos os recantos deste belo lugar. Uma enseada que se alonga continente a dentro com muitos recantos, prainhas e pequenas baías. No final da tarde voltamos do fundo da enseada velejando de genoa a 2-3,5 nós num mar e céus azuis com o sol descendo rumo ao horizonte. Num destes momentos que não tem preço. Chegamos no super abrigado ancoradouro da Ilha da Cotia (situada na entrada da enseada) já com o sol escondido atrás das montanhas do continente.
Paraty-mirim, a enseada, vista do fundo para a entrada
A histórica Capela de N.Sra. da Conceição de Paraty-mirim
Na quinta-feira o dia amanheceu nublado, mas pelas nove horas o céu já estava limpo de novo. Gabriel que vinha tentando pegar algum peixe sem sucesso, mesmo com o camarão comprado em Paraty, "desencantou" nesta manhã na Cotia pegando vários com a isca artificial de peixinho. A maioria devolvidos a água. Por volta das nove horas rumamos para o Saco do Mamanguá.
Gabriel e os peixinhos da Cotia
Há muito tempo que desejava conhecer o Saco do Mamanguá, de veleiro. Já passei ao longo de sua entrada muitas vezes, até já estive na Ilha da Cotia, ali pertinho, sempre sem tempo. Não desta vez. Passamos pela primeira vila logo na entrada e fomos ancorar na segunda, a Vila do Cruzeiro, ao pé de sua formosa montanha, como a famosa e não menos formosa, chamada de Pão de Açúcar. Passeamos na vila, conversamos com alguns nativos, fizemos uma picanha no barco com vista para a montanha e à tarde fomos conhecê-lo até o final. Com um vento fraco de popa pudemos ir curtindo seus encantos velejando calmamente. Como a Enseada de Paraty-mirim o Saco do Mamanguá é uma baía ainda mais estreita e alongada que avança continente adentro com montanhas em sua margens, lembrando um fiorde escandinavo. Por isto costuma ser chamado de fiorde brasileiro e fiorde tropical.
O Mamanguá visto da entrada
Assando uma picanha na frente de Cruzeiro
Ficou uma frustração, ou melhor um motivo para voltar. Não subi ao Pão de Açúcar pois avaliei que a trilha até o seu topo, pelos relatos que tivemos, seria muito pesada para o Gabriel que insistia em ir. Dormimos ancorados nas proximidades do pé do Pão de Açúcar.
O Mamanguá visto do fundo para a entrada
A sexta (29/07) novamente amanheceu nublada e mais uma vez as nuvens sumiram rapidamente. Rumamos para conhecer a Enseada do Pouso de Cajaíba e suas praias. Ancoramos na maior delas a Praia Grande de Cajaíba. Ainda dentro da Baía da Ilha Grande mas voltada para o mar aberto aqui temos sempre presente a ondulação do mar, muito tranquila neste dia.
Praia Grande de Cajaíba
A baía da Praia Grande de Cajaíba, na Enseada do Pouso
Vila do Pouso
No final da tarde, depois de percorrer toda a Enseada do Pouso optamos por pernoitar na Ilha da Cotia. Desta vez, véspera de final de semana, haviam cerca de 10 veleiros na ancoragem. Aqui o único senão destas férias, furei uma das bananas do botinho ao bater em uma pedra chegando à remo na prainha.
Gabriel pescando no final de tarde na Ilha da Cotia
Entardecer na ancoragem da Cotia
No sábado (30/07) zarpamos às 7:00h pois teríamos cerca de 25 mn para retornar a Marina Bracuhy e, queríamos ter a tarde para limpar o barco e prepará-lo para mais uma temporada sozinho. Contrariando a previsão do CPTEC fomos surpreendidos por um vento sudoeste (SW) pela popa que rapidamente aumentou para os 18-20 nós. Estávamos com a grande toda em cima e o piloto não dava conta. Rumei para a Ilha de Paquetá, a umas 2 milhas, para baixar a vela a sotavento da ilha. As fortes adernadas nas rajadas deixaram a família assustada. Depois vi que o anemômetro registrou 29,8 nós de velocidade máxima do vento.
Velejada tranquila voltando da Enseada do Pouso
Colocar o Tinguá na vaga do cais D do Bracuhy não foi nada fácil, naquela porranca. O espaço para manobra entre o nosso cais e o seguinte é muito pequeno e só consegui colocar o Tinguá de popa, sem maiores contratempos, porque um casal num inflável nos ajudou empurrando na aleta de BE, além de juntarem uma bóia que havia "voado" para a água. Como é fantástica a solidariedade dos navegadores.
Tinguá pronto para mais um período de "hibernação"
Acabou. No outro dia o pior das férias, enfrentar os mais de mil quilômetros de estrada até em casa. Principalmente de São Paulo em diante onde as estradas pioram e pegamos muita chuva. Mas valeu!
Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/angra2011.