domingo, 25 de julho de 2010

A Ferrari Esta Certa

Assim como vários velejadores também sou fã de automobilismo, tendo inclusive, lá nos idos de 70 e 80, disputados corridas de kart e rallyie aqui em Santa Catarina. Acompanho a Formula 1 desde meus 11 anos, antes de um piloto brasileiro e da TV chegarem lá, e não pude ficar alheio a discussão sobre a decisão da Ferrari de solicitar ao Felipe Massa que deixasse o Fernando Alonso ultrapassá-lo, durante a disputa do GP da Alemanha hoje.

A F1, vale lembrar, é disputada por equipes em uma temporada longa (19 provas, neste ano). São na verdade dois campeonatos concomitantes, o de pilotos (o que interessa a nós brasileiros) e o de construtores (que tem muito peso na Europa). Analisando a temporada atual o desempenho do Alonso é claramente superior ao do Massa, sempre mais rápido e com 31 pontos a mais no campeonato, só não está entre os três primeiros pelos incidentes de Valência e Silverstone. Dos dois é o que ainda tem chances reais de campeonato. Naquela situação era nitidamente mais rápido que o Massa, mesmo que dificilmente conseguiria a ultrapassagem. O que você faria se fosse o responsável pela equipe? A Ferrari é maior que seus pilotos, sempre priorizou a equipe (e isto está no contrato deles), e costuma fazer isto claramente, ao contrário das demais. Não gosto do Alonso como pessoa mas não tem como não reconhecer que ele é superior ao Massa, um dos pilotos mais completos da história. Para desafiar uma ordem da equipe tem que ser o melhor. Alonso, por exemplo, brigou com a McLaren (que dissimula o jogo de equipe) por favorecer Hamilton. Neste ano já vimos Mark Weber, quando estava ganhando tudo, "botar a boca no trombone" na RBR, que nitidamente prioriza Vettel, e a McLaren solicitar a Button (último campeão mundial) que não atacasse Hamilton.

A FIA hipócritamente tenta passar para o público que é contra este tipo de atitude, mas ela é intrínseca a F1. Estes 7 pontos a mais podem ser decisivos para a Ferrari e Alonso no final do ano (Massa já perdeu o campeonato de 2008 por um ponto). Só lá saberemos.

Para a torcida brasileira é difícil entender, ainda mais alimentada pelas asneiras ditas por jornalistas profissionais (que se gabam de ter mais de 30 anos de F1) que deixam a razão de lado e apelam para o bairrismo.

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