quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Os IMOCA na Transat Jacques Vabre

Os veleiros da classe IMOCA (Internacional Monohull Open Class Association) não são mais rápidos que os trimarans, mas são tecnicamente os tope da Regata Transat Jacques Vabre. A classe foi criada em 1991 por um punhado de apaixonados que queriam estabelecer regras para os monocascos envolvidos na Vendée Globe (a famosa regata de volta ao mundo em solitário). Estes veleiros de 60 pés se tornaram máquinas rápidas e sofisticadas.

Os IMOCA no Pier Esportivo de Itajaí

Os IMOCA são monocascos de 18,28m atendendo a arqueação “open” deixando certa liberdade arquitetônica a seus idealizadores. Poucos limites são definidos para esta arqueação, fora do comprimento, do calado de água e do calado de ar. Ao contrário, as regras são duras em matéria de segurança: os barcos devem passar testes de virada e de estabilidade (a 180 e 90°). Aos poucos, estes barcos se tornaram verdadeiros laboratórios tecnológicos que encontram suas aplicações na área da navegação de passeio: materiais compósitos, formas de vela, eletrônica embarcada, pilotos automáticos, etc.

Maitre CoQ 3º colocado

As principais características técnicas da classe são:
Comprimento: 18,28m
Calado máximo de água: 4,50m
Calado máximo de ar: 29 m
Seis compartimentos estanques separados por paredes distantes de 5 metros no máximo
Crash box no bico de proa
Quilha lateralmente móvel
Cinco saliências no máximo (quilha, safrão, bolinas)
Tanques de lastro de água do mar para regular a estabilidade.
 

 Cocpit do Safran 2º colocado

Outro cockpit, este do Cheminées Poujoulat 4º lugar, projeto de Juan K.

O vencedor da Classe IMOCA nesta edição da Transat Jacques Vabre, que largou dia 07/11 de Le Havre (FR) e chegou em Itajaí (BR) no dia 24/11, foi o veleiro PRB tripulado pelos veteranos Vicent Riou e Jean Le Cam. Hoje chegaram os dois últimos IMOCA, faltando apenas o MACIF, de François Gabart vencedor da última Vendée Globe, que quebrou o mastro na costa baiana, quando disputava a liderança, fez uma parada em Salvador e está vindo com mastro de fortuna, mas fora da competição.

O PRB vencedor desta edição da Transat Jacques Vabre

Um vídeo de um destes veleiros em plena regata:


Mais imagens aqui.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Transat Jacques Vabre em Itajaí

A Transat Jacques Vabre é uma regata de travessia do Atlântico saindo da cidade de Le Havre, no Norte da França, até um porto nas Américas. Nesta 11ª edição pela primeira vez sua chegada está sendo na cidade catarinense de Itajaí, ela que em 2007 e 2011 chegou em Salvador. São quatro classes de veleiros tripulados em duplas. As de multicascos MOD70, os mais velozes, e Multi50. As de monocascos IMOCA, os modernos e rápidos veleiros de 60 pés projetados para grandes regatas em solitário, e a Class 40, com mais velejadores amadores.

A entrada do evento em Itajaí

Após dois adiamentos devido as difíceis condições climáticas no Canal da Mancha, os 44 veleiros participantes largaram no último dia 07/11 às 13:00h locais, da Praia de Saint Adresse em Le Havre, para percorrer as 5.450 mn (10.000 km). Mesmo assim a Classe 40 teve que fazer um weather stop em Roscoff, a 190 mn de Le Havre, para esperar passar uma grande baixa pressão na Baía de Biscaia.

O Pier Esportivo de Itajaí, junto ao Centreventos (Foto Divulgação)

Os primeiros veleiros a chegaram em Itajaí foram os dois velozes trimarans de 70 pés, da classe MOD70. Com o Edmond de Rothschild chegando em Itajaí, em primeiro, no dia 18/11 às 15:00h, no tempo de 11dias 05h 03min 54s, média 22,12 nós. O OmanAir-Musandam chegou 5 horas depois.

 Trimaran Edmond de Rothschild vencedor da classe MOD70

 Outra visão do trimaran de 70 pés

 
 O OmanAir-Musandam, por inteiro e no detalhe

 Na madrugada de sexta feira (22/11) chegou o vencedor da Multi50, o trimaran FenétréA-Cardinal que completou a regata em 14d 17h 40min 15s. Seguido pelo Actual.

 O Multi50 segundo colocado Actual

 O vencedor da Multi50 trimaran FenétréA-Cardinal

Foto exclusive que obtive para o Almanáutica dos vencedores Erwan Le Roux e Yann Eliés

Na classe IMOCA, dos fantásticos monocascos de 60 pés projetados para regatas de longo curso em solitário, como a Vendée Globe (regata de Volta ao Mundo em solitário,) o vencedor foi o PRB que chegou neste domingo (24/11) às 10:40h, em 17d 0h 41min 47s. Tripulado pelas lendas Vincent Riou e Jean Le Cam. Quatro horas depois chegou o Safran e cerca de 20 minutos mais o Maitre CoQ.


 O IMOCA60 PRB cruzando a linha em Itajaí (Foto Tarcísio Mattos)

 Riou e Le Cam olham aproximação do Maitre CoQ, Guillemont e Bidégorry (Safran) comemoram segundo lugar (Foto Tarcísio Mattos)
A recepção da população de Itajaí aos velejadores (Foto Tarcísio Mattos)

Descontadas algumas desistências ainda faltam chegar a Itajaí, nos próximos dias, mais de 30 veleiros, principalmente da Classe 40, a mais numerosa. Num próximo post vou abordar a recepção de Itajaí a Transat Jacques Vabre.

Mais imagens aqui.

domingo, 17 de novembro de 2013

The Wave Muscat Campeão da Extreme Sailing Series

Terminou hoje o Act 8 Florianopolis da Extreme Sailing Series, que vem a ser a última etapa do circuito destes velozes catamarans monotipo de 40 pé (12 m), com a vitória da equipe suiça Alinghi, após a disputa de 28 regatas. Foram 4 dias com ventos fortes, muito fortes e fracos, do quadrante Norte, do Sul e até do Leste, mar liso e com marolas. No campeonato a equipe omanita The Wave Muscat foi campeã pelo desempate, por ter vencido mais etapas durante o ano que a Alinghi.


O inglês Leight McMillan skipper do campeão The Wave Muscat

Achei sensacional o formato com regatas curtas, rápidas e com muitas manobras, disputadas muito próximas ao público. Com catamarans de alta performance e grande plasticidade em suas velejadas em um casco só.  Um lindo espetáculo, muito profissional. 

Foto aérea de Mané Ferrari
 
Tive a oportunidade me oferecida pelo Ricardo Amatucci do Jornal Almanáutica de participar como correspondente. Isto me facilitou conseguir velejar uma regata, como guest sailor, num destes veleiros, uma experiência indescritível.

No sábado (16/11) com vento Sul rondado e com fortes rajadas o SAP Team capotou

Vale a pena acessar o site do evento e ver os vídeos. Abaixo algumas fotos que dão uma idéia do evento.

Uma das 28 largadas
 
 Rumo a bóia de sotavento

 Disputa acirrada

 Velas rizadas no nordestão de sexta feira (15/11)
 
 Briga na bóia

 Mais disputa

 Alinghi e Red Bull disputando a ponta

 Red Bull montando a bóia num casco só

Equipe brasileira que se esforçou mas não conseguiu acompanhar os demais




Mais imagens aqui.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Eu Andei de Extreme40

Todos sabem que adoro cruzeirar, sair de veleiro por aí meio sem hora e sem rumo, mas também gosto de regatas a vela. E hoje participei como guest sailor (velejador convidado) de uma regata da etapa de Florianópolis da Extreme Sailing Series. Incrível ! Espetacular! Não é uma experiência para se contar, é para se viver.

 Pronto para embarcar com os amigos Júnior e Wagner

No catamaran do RealTeam

Olha nós lá!

 Barco leve com muita vela

 A regata é rápida mas intensa

Fiz a segunda regata da série de hoje, primeiro dia de regatas, no catamaran Extreme40 do RealTeam, equipe suiça com alguns franceses, que nesta etapa estréia o antigo trimmer da vela mestra Arnaud Psarofaghis como timoneiro. Vento Nordeste de 14-15 nós na raia montada próximo a Av. Beira Mar Norte fazia os barcos andarem muito e no través num casco só. Regata muito rápida, cerca de 12 minutos para as quatro pernas, com muitas manobras. Ficamos em 5º lugar, mas isto não teve a menor importância...

Obrigado Ricardo Amutucci pela oportunidade, ao me inscrever como correspondente do Jornal Almanáutica.



Mais imagens aqui.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tudo Pronto para a Extreme Sailing

Ontem e hoje foi de muito trabalho para as equipes de apoio da Extreme Sailing Series, que montaram a Race Village, na Praça Portugal (Av. Beira Mar Norte), e os catamarans das demais equipes, já que o da equipe convidada da casa foi montado semana passada no Veleiros da Ilha. Enquanto isto o Team Brazil treinava duro com sua tripulação completa. Veja no final do post a programação desta oitava e última etapa, em Florianópolis.

 Race Village montada

 Team Brazil treinando, ainda sem as velas oficiais

Team Brazil com tripulação completa (Foto Marcelo Gusmão Reitz)

 
Finalizando a montagem dos Extreme40

 Barco sendo içado para ir para a água

 Indo para a água

Team Land Rover quase na água

 Tudo pronto para o Act 8 Florianópolis

 
Todos na água
Final de tarde


Mais imagens aqui.

domingo, 10 de novembro de 2013

Extreme Sailing Series em Floripa

Florianópolis foi escolhida para sediar o Act 8 da Extreme Sailing Series, nos dias 14 à 17/11. Vem a ser a última e decisiva etapa do campeonato de vela disputado com velozes catamarans de 40 pés. A Extreme Sailing Series é disputada desde 2007 em 8 etapas ao redor do mundo, neste ano em Muscat (Oman), Singapura, Qingdao, Porto, Cardiff (UK), Nice e Florianópolis. É um formato diferente em termos de vela que alia velejadores de ponta em barcos de alta performance com entretenimento para o público. A raia é pequena, não mais de 1000x 1000 m, e muito próxima de terra, isto é do público, com até 8 regatas de 15-30 minutos no mesmo dia.



O barco é um catamaran de 40 pés (12,2 m), com 7 m de boca (largura) e 1400 kg inspirado nos catamarans da Classe Tornado, que por muitos anos foram classe olímpica. Todo em carbono com velas mestra, buja e gennaker e tripulação de cinco membros (timoneiro tático, trimmer da mestra, trimmer da buja e proeiro). Para incrementar ainda mais a integração com o público em cada barco vai um convidado.





A arena (Race Village) do Act 8 esta sendo montada na Praça Portugal (praça do trapiche da Beira Mar) na Avenida Beira Mar Norte. Além da área técnica das equipes e arquibancadas contará com uma série de opções para lazer e entretenimento, incluindo música, barracas de comida, DJ e comentários ao vivo ao longo das regatas, academia de ginástica ao ar livre e área dedicada às crianças. As atrações ainda incluem o NeilPryde Windsurf Racing Series e regatas com Optimist, Laser e Snipe.


Race Village em montagem

Para cada etapa a organização leva um barco para uma equipe da casa. Em Florianópolis teremos o Team Brazil que será tripulado por Clinio de Freitas, sua esposa Cacau, André Mirsky e Daniel Santiago do Rio de Janeiro e os catarinenses Bruno Di Bernardi e André Chang.

 O barco do Team Brazil

O campeonato deste ano é liderado pela equipe The Wave,Muscat de Oman, mas as equipes Alinghi e Red Bull também podem ser campeãs. Abaixo a lista das equipes que competirão em Floripa. O Team Brazil leva a pontuação obtida pelas equipes convidadas das etapas anteriores.