quarta-feira, 29 de julho de 2015

Leituras Náuticas

As três primeiras semanas de Julho aqui em Florianópolis foram de muita chuva, com poucos dias de sol. Assim acabei tendo mais tempo para ler algum livro. O que hoje em dia com a internet, blogs, emails, redes sociais vai ficando para trás. Minhas leituras preferidas são histórias de aventuras, notadamente as relativas ao mundo náutico. Não tenho mais muita paciência para ler romances, mesmo ficção. Meu primeiro livro sobre náutica lido há muitos anos atrás foi um dos clássicos brasileiros no ramo, Velejando o Brasil de Geraldo Tollens Linck. Bem, o primeiro mesmo foi O Velho e o Mar (de Ernet Hemingway) que li ainda garoto e já reli. Depois li muitos como os clássicos livros de Joshua Slocum, Eric Tabarly, Bernard Moitessier, bem como Hélio Setti, alguns do Aleixo Belov, gostei muito de O Mar é Minha Terra do Beto Pandiani, etc., etc.

Travessia que valeu um record no Guiness

Então, como ia dizendo, neste dias chuvosos li dois livros: Tempestades e Calmarias, de Diogo Guerreiro, e As Fantásticas Aventuras do Maitairoa, de Roberto de Mesquita Barros (Cabinho) e Roberto Alan Fuchs. O primeiro descreve a incrível travessia de windsurf do Chuí ao Oiapoque realizada pelos florianopolitanos Diogo Guerreiro e Flávio Jardim. Diogo e Flávio depois fizeram uma volta ao mundo com o catamaran Itusca, que rendeu uma bonita série no Canal Off. Aliás, Diogo se especializou e é o diretor de várias séries no Off, como a Waterman, com o windsurfista Kauli Seadi. Já tinha o livro há alguns anos e, confesso, não acreditava muito mas me surprendi e gostei.


 Os excelentes livros do Cabinho

Só fui ler o primeiro livro do Cabinho (Do Rio a Polinésia) há poucos anos e adorei. Não conseguia encontrar o Aventuras do Maitairoa até maio passado quando  comprei um volume usado no Mercado Livre. Como o primeiro uma excelente leitura, tanto pelas aventuras em si, as informações técnicas como pela prosa leve, fluida e bem humorada. Recomendo ambos.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Annapolis - A Capital da Vela Americana

Annapolis cresceu as margens da Chesapeake Bay entre os rios Severn, Spa e Back, que desaguam na baia. Fundada em 1649 pertence ao condado de Anne Arundel, tem 39.000 habitantes, é a capital do estado de Maryland e foi entre 1761 e 62 a capital americana. Fica a 31 milhas a leste de Washington e 25 ao sul de Baltimore. Lá fica a famosa Navy Academy da marinha americana, fundada em 1845.


Uma ideia da distribuição da cidade


Eu já havia ouvido falar da vocaçāo náutica de Annapolis e da Chesapeake Bay e este foi um dos motivos que me fizeram escolher este destino para esta temporada no TinguaCat. Mas, a realidade foi muito maior que a espectativa. Fui surpreendido por uma cidade bonita, gostosa, com uma população simpática, onde se respira náutica (principalmente vela) como eu ainda nāo vi em nenhum outro lugar. Para se ter ideia o Annapolis Yacht Club foi fundado no mesmo ano da cidade. Uma cidade antiga que preserva sua história e tradição e, ao mesmo tempo, moderna com tudo que há de novo na área náutica.


Downtown com o Spa Creek na frente e a Navy Academy ao fundo

O Spa e o Back sāo chamados de creek pois sāo curtos (algumas poucas milhas), mas com boa largura e profundidade de uns 3   metros até o final. O Spa Creek separa o downtown de Eastport, que é como se chama a península formada pelos dois. Suas margens (dos dois) são abarrotadas de barcos, em marinas, condomínios e residencias. Se Annapolis é a capital da vela Eastport é a capital da capital. Aqui ficam os escritórios americanos dos principais estaleiros do mundo, a Farr Yacht Design, as principais velerias, lojas e todo o tipo de serviço que um barco pode precisar.


Vista parcial de Eastport da ponte sobre o Spa Creek

Pela demanda que tem as marinas são mais caras, ao nivel dos preços de Miami. Ficamos numa marina pequena (cerca de 60 vagas) e a mais em conta que encontramos, a primeira na boca do Back Creek, do lado de fora do pier, por isto sujeitos as marolas da baia quando venta S ou SE. No entanto, com excelente localização a 1 milha da rua principal, atravessando a draw bridge do Spa Creek. Não dependíamos do dingue ou de water taxi , que lá nāo é problema pois as ruas terminam na água, com estrutura para deixa-lo. Há um canal, conhecido por Ego Alley, que termina no ponto mais central da cidade com vagas temporárias (city dock) e local para amarrar os dingues.


O Ego Alley, que termina na rua principal

Além da city dock existem varias áreas de poitas nos dois creeks, também administradas pela municipalidade. Uma curiosidade que me chamou atenção, coletes salva-vidas deixados num suporte a disposição de quem precisar.


Coletes salva-vidas à disposição na city dock

Pelo relato dá para sentir que eu me apaixonei pela cidade. Mas, como nada é perfeito, o inverno lá costuma ser rigoroso...


O inicio da Main Street, no Ego Alley

Outra visão da Main Street 

Construções típicas  

Mais casas antigas 

 A State House onde foi assinada a Declaração de Independência

Barcos de todos tipos

Escuna histórica Linx 

Réplica do L'Hermione barco francês, comandado por Lafayette, que lutou com os americanos na Revolutionary War

Main Chapel da Navy Academy 

 Rua de Eastport

Ruas terminam na água com pier para os dingues 

Residencia no fundo do Spa Creek com seu veleiro 

A Bay Bridge que atravessa a Chesapeake Bay, próxima a Annapolis, de 6,9 km

O farol no Thomas Point Shoal, na Chesapeake Bay