terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Furacão em Florianópolis?

Bem, não foi um furacão mas chegou perto. Tecnicamente um ciclone sub-tropical ou uma tempestade sub-tropical. O fato é que na madrugada do último domingo (04/12) a região de Florianópolis foi atingida por ventos com rajadas de até 118 km/h, seguidos de muita chuva. Foram inúmeras ocorrências com muitas árvores quebradas ou arrancadas do solo, destelhamentos, placas publicitárias derrubadas ou entortadas, rede elétrica com muitos postes derrubados e fios partidos de modo que foram 260 mil unidades consumidoras sem energia elétrica. Em alguns locais a energia elétrica não retornou ainda.





Havia previsão da entrada de uma frente fria com ventos fortes e muita chuva. O que ocorreu no entanto foi que o tal ciclone sub-tropical que estava em alto mar mudou de direção, na noite de sábado, tocando a costa. Nossos recursos técnicos ainda são insuficientes para prever tais movimentos com a antecedência desejada e não temos sistemas eficientes de aviso a população (como os alertas em todos os celulares dos EUA). Some-se também uma certa incredulidade pelo fato de serem ocorrências atípicas para a região. 

Mas o que queria tratar aqui era das consequências ao mundo náutico. Foram muitos problemas no ICSC-Veleiros da Ilha com barcos se chocando nos trapiches, algumas lanchas danificando suas plataformas de popa contra os mesmos, velas rasgadas. Um veleiro de 41 pés soltou-se de uma das poitas ao arrebentar seu cabo de amarração a poita e foi encalhar a poucos passos das pedras, levando junto uma traineira. Felizmente com danos de pequena monta.





Já no campo de poitas da Marina Santo Antônio, em Santo Antônio de Lisboa, os estragos foram muito maiores. Dez veleiros foram dar na praia, de encontro a pedras ou encalharam próximo as margens. São 2 ou 3 perdas totais e inúmeros outros prejuízos. A principal causa foi a abertura das genoas enroladas de alguns destes veleiros que provocaram o rompimento de cabos ou arrasto de poitas levando outros pelo caminho, como um strike no boliche.






O Arthegas, ex-Guga Buy, e o Free Flap

Dentre os barcos destruídos esta o Arthegas, um Van de Stadt 29, que já foi o Parangolé do Cmdte. Beto Larsen, e antes o Guga Buy, o primeiro, do Cmdte. José André Zanella e seu filho Eduardo Zanella. Muitas milhas fiz como tripulante deste valente barco. Foram travessias, regatas, uma subida da costa do Brasil no Cruzeiro Costa Leste de 2008, a Regata Recife - Fernando de Noronha, a regata de volta a Natal...Não merecia este fim. 

Guga Buy entre Santo André e Ilhéus, no Cruzeiro Costa Leste 2008

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