sexta-feira, 29 de junho de 2018

TinguaCat Tem Novos Donos

No último dia 21 de junho na Harbortown Marina em Fort Pierce (Florida) entreguei o Tinguacat aos seus novos donos James e Peggy-Jo Faria. Depois de quatro exatos anos de muitas navegadas e aventuras. Dá uma "dor no coração" mas foi um ciclo que se completou. Que o TinguaCat e seus novos donos tenham sempre bons ventos.



Muitos me perguntam o porque da venda. São vários motivos, sendo o principal que nossos planos iniciais de um ano inteiro a bordo pelo Caribe com travessia para Europa e Mediterrâneo não se concretizaram. É difícil quando se tem dois filhos adolescentes com estudo, vestibular, tratamento médico, aparelho dentário, etc. De modo que ficou anti econômico manter um barco no exterior para usá-lo 2-3 meses por ano como aconteceu em 2016 e 17. Some-se a angústia que passei quando o furacão Irma, antes de desviar para a Costa do Golfo, iria passar exatamente onde o TinguaCat estava, em terra e amarrado mas com um furacão daquelas proporções isto não era garantia de nada.

Navegando na Gulf stream, quase 5 nós de corrente a favor

Foram quatro anos intensos quando se estava a bordo (em 2015 cheguei a ficar 6 meses). Uma maravilhosa travessia de 738 mn de St. Augustine (no Norte da Florida) até Annapolis, a capital da vela americana, com direito a corrente do Golfo. A volta espetacular pela Intracoastal Waterway perfazendo 1.037 mn em mais de 30 dias pelos estados de Maryland, Virginia, Carolinas do Norte e do Sul, Geórgia e Florida. Uma navegada diferente e única com paisagens espetaculares. Uma viagem a cadeia de ilhas de Exumas, nas Bahamas, passando por Bimini, Berry Islands e Nassau. Duas jornadas as ilhas Abaco, também nas Bahamas. Várias vezes a Costa Leste da Florida, tendo feito toda ela, inclusive as Floridas Keys, indo até Key West. Navegada no Golfo do México saindo das Floridas Keys até Naples, com passagem pelas bordas do Everglades. Inúmeras cidades conhecidas como Annapolis, Washington, Miami, Brunswick, Savannah, Charlestown, Vero Beach, Fort Lauderdale, Key West, Marathon, Marco Island, Naples, Nassau, St. Augustine, Daytona Beach, Cabo Canaveral e muitas outras.

Calor, frio, sol, chuva, pouco e muito vento, neblina, golfinhos, arraias, manatees, tartarugas, alligators, iguanas, pescaria, mergulhos, snorkel, caiaque, sunsets e sunrises maravilhosos, rios, lagoas, oceano, canais, eclusas, água de todo o jeito rasas e profundas, pontes fixas e de abrir de todos os modelos, cavernas e grutas, praias, parques, poitas, marinas, ancoragens, ...

Eclusa na ICW, Virginia

 Amanhecer no Halifax River em Daytona Beach

 Boat Show de Annapolis, exclusivamente vela

 O profundo Waccamaw River na Carolina do Sul

Réplica do L'Hermione, nau francesa que lutou na Independence War
 americana

Pontes gêmeas na Chesapeake Bay

 Ponte de abrir na Carolina do Norte

Ponte de abrir em Jupiter, na Florida

Farol no meio da Chesapeake Bay

 Caverna Tunderball em Staniel Cay, Bahamas

 Vento mais forte em Emerald Bay, Exumas, Bahamas

Avião afundado em Norman Cay, Bahamas

 Amanhecer em algum rio na carolina do Norte

Por do Sol em Exumas

Amanhecer em Daytona Beach

 Por do Sol ancorado em Miami Beach

 Este nas poitas do Boot Key Harbor, em Marathon nas Floridas Keys

Mais um em Miami, na Dinner Key Marina, em Coconut Grove

Em Hope Town, Abaco, Bahamas

 Saindo de Miami rumo as Florida Keys

 Key West

 Navegando no Golfo do México em dia de mar de almirante

 Naples Beach

Jacaré no Everglades

 Pescaria em Abaco, Bahamas

 Tartaruga em Coco Bay, Abaco, Bahamas

 Golfinhos

Iguana no dinghy

Almoço no cockpit

A temperatura mais baixa



terça-feira, 10 de abril de 2018

Conhecendo o Tingua2

O Tingua2 como vocês sabem é um novissimo Neomarine HS38. Resultado da iniciativa de alguns velejadores aqui de Florianópolis, liderados pelo construtor e velejador Alexandre Meinecke e o Comdte. Celso Muller de Farias, é um projeto totalmente novo (veja aqui como tudo começou). Foi pensado, projetado e construído para ser um veleiro cruiser-racer moderno, inovador, versátil, rápido e confortável. Sendo um projeto novo e diferente a medida que vamos conhecendo-o encontramos maneiras de melhorar algum detalhe ou desenvolver e acrescer novas coisas. Mesmo o Tingua2 estando à venda não deixamos de melhorá-lo e equipá-lo ainda mais.



Uma ótima maneira de conhecer com maior rapidez um veleiro e testar seu desempenho são as regatas. Sendo assim participamos nos últimos dias de duas regatas, as duas primeiras etapas da Copa Veleiros da Ilha de Veleiros de Oceano 2018, organizadas pelo ICSC - Veleiros da Ilha, a Regata Fortalezas em 03/03 e a Regata Cidade de Florianópolis em 24/03. Sem a preocupação principal da competição nos inscrevemos na classe Bico de Proa e fizemos questão de utilizar o barco em condições normais de uso, isto é com todos os seus equipamentos e acessórios, tanques com bastante água e diesel, não retiramos um prato se quer. Nestas duas regatas tivemos ventos fortes e pudemos comprovar as excelentes condições marinheiras do Neomarine38, como o perfeito desempenho no contra vento, com ótimas orça e velocidade, a firmeza do barco, a manobrabilidade. E não quebramos nada no barco.

Foram dois primeiros, aqui na premiação da Regata Fortalezas

quarta-feira, 7 de março de 2018

A Volta

Dizem que não se deve zarpar em uma sexta feira, mas já o fizemos muitas vezes e desta vez a velejada foi maravilhosa. O vento ainda estava NE na casa dos 20 nós e iria rondar para E e diminuir para 12-15 nós perto do final do dia. E assim foi. Com todas as velas em cima e mar com pequenas marolas foi “morro abaixo” navegando numa média em torno de 8 nós. Devido as condições do Atlântico, com ondas maiores e curtas nestes dias, ao invés de retornarmos por Marathon pegando o Hawk Channel (Atlântico) optamos por descer junto a costa do Everglades, seguir pela Florida Bay e pegar a ICW (Intracoastal Waterway) na altura de Peterson Key e dali seguir a mesma rota de quando descemos de Miami. Como as boias das armadilhas de caranguejos não nos permitem navegar à noite programamos o pernoite no East Cape já no final do Everglades, num trajeto novamente mais longo, de umas 75 mn. Dia seguinte saímos cedo novamente e fomos dormir ancorados no Blackwater Sound, próximo ao Jewfish River, em mais umas 48 mn feitas com todos os panos, enquanto foi possível utilizar a vela de proa, com vento Leste sempre acima dos 12 nós, com períodos chegando aos 18-19.

Rota da volta

"Ladeira a baixo" 

Amanhecer na ancoragem no East Cape 

Cruzando com outros veleiros na Florida Bay

Cut interligando os sounds de Tarpon e Blackwater

No domingo (21/11) fizemos as últimas 42 mn até Miami, ainda com bom vento E. Deixamos a ancoragem depois das 8h e paramos logo em seguida na Gilbert’s Marina para completar os tanques de diesel e água. Desta vez optamos por ficar numa poita da Dinner Key Marina no charmoso bairro de Coconut Grove, onde chegamos antes das 15h.  A Dinner Key pertence a municipalidade de Miami, tem ótimas instalações, mais de 200 poitas a $25 o  pernoite. O único senão é não ter internet nas poitas. Nestes dias a Dinner Key estava sediando a etapa de Miami da WorldCup de vela.  Centenas de barcos das várias classes monotipo treinando ou fazendo as regatas classificatórias, sendo que as regatas finais ocorreriam de 26 a 29 de janeiro.


Chegando na Dinner Key Marina 

Por do Sol na Dinner Key 

Coconut Grove 

Os monotipos no Regata Park, na Dinner Key Marina 

Um Nacra17 saindo para treinar


 Equipe japonesa de Prancha a Vela

Queríamos ficar mais alguns dias em Miami, mas o tempo não nos ajudou. Na quarta feira entrava vento N na casa dos 20 nós o que seria pela proa no trecho pelo Atlântico entre Miami e Palm Beach, além de ondas maiores, girando para NE e E nos cinco dias seguintes sempre na casa dos 20 nós. Então deixamos a Dinner Key no final da tarde de segunda feira para dormir no Marine Stadium em Vitoria Key e assim ganhar uma hora, pois teríamos mais de 70 mn até o destino. Zarpamos às 6:30 h da terça feira (23/01) e pegamos um mar baixo mas com marolas curtas por boreste, o que no catamaran não é uma navegada das mais confortáveis. O vento era bom de SE (pela aleta de BE) de 16-18 nós. No entanto, durou só até umas 9:30h baixando para 8-10 nós e rodando mais para a popa deixando-nos sem genoa e tendo que ajudar com o motor. Nas proximidades da barra de Palm Beach o vento voltou a crescer e demandamos a barra com as velas e 22 nós de través. Ancoramos no nosso conhecido North Lake Worth por volta das 17h. Logo ao ancorar uma boa chuva para dessalgar o barco.


Partimos no dia seguinte cedo pela Intracoastal Waterway (ICW) para Vero Beach, cerca de 55 mn. Mesmo com vento Norte pela proa pois em Vero Beach estaríamos numa poita com mais proteção para os ventos fortes dos próximos dias e infra estrutura completa. Passamos alguns dias em Vero Beach, uma cidade que gostamos muito. No dia 01/02 fizemos as 12 mn até a Harbortown Marina em Fort Pierce onde deixamos o TinguaCat.

Na poita com um Lagoon "irmão"

Super Lua na ancoragem em Vero Beach 

Super Lua ao amanhecer

Manatee ao lado do barco, em Fort Pierce