No último dia 24/09 deixei o Tinguá no ICSC e tomei o avião para Recife aonde embarquei no Guga Buy para fazer a
Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno) e a Regata Fernando de Noronha-Natal. O
Cabanga Iate Clube de Pernambuco, organizador da regata, já estava em ebulição com dezenas de veleiros e centenas de velejadores. O Guga Buy nestas duas regatas tripulado pelo Cmdte. José A. Zanella, seu filho Eduardo, Saul Capella Neto e Eu.
A "piscina" do Cabanga atulhada de veleiros.
Partimos às 13:00h do dia 27/09, na tradicional largada em frente a Praça do Marco Zero, competindo na classe RGS E. Iniciamos com vento SE de 8-10 nós que cresceram em mar aberto para 15-18 nós rodando mais para leste no amanhecer de domingo. Em alguns períodos tivemos ventos menores entre 10-13 nós e de até 24 nós nos três pirajás que pegamos, o último chegando em Noronha. A ondulação é que incomodou com mar baixo, nunca maior que 1,5m, mas muito picado e de leste.
Pirajá nas proximidades de Noronha, com direito a Arco-Íris. Fizemos turnos de dupla de duas em duas horas com cada um timoneando uma hora. Nossa média de velocidade no amanhecer de domingo era de 6,1 nós. Por volta das nove horas, quando o navio-patrulha da Marinha do Brasil que acompanhava a regata procedeu a chamada das embarcações para check-in, constatamos que vários veleiros que até ao anoitecer permaneciam nas nossas proximidades, além de terem desaparecido de nosso visual, estavam até dezenas de milhas a nosso frente. Estávamos constatando na pele a falta de ética de muitos comandantes que simplesmente ligam o "vento de porão". Os mais "cara-de-paus" usam de dia mesmo, como o caso de um veleiro que orçava a cerca de 30º sem genoa... Pouquíssimos são os que se retiram da regata por terem motorado.
Veleiros da regata ancorados em frente ao Porto de Santo Antônio.
Foi uma ducha de água fria na tripulação. Passamos então a fazer uma regata mais leve, inclusive utilizando o piloto em alguns períodos, como na segunda noite, quando então fizemos turnos solitários de uma hora. Cruzamos a linha de chegada às 19:00:40h de segunda feira (29/09), após 54h de regata, em sétimo entre os onze da nossa classe. O vencedor foi um multichine 28 "voador" com mais de cinco horas na nossa dianteira. Dos outros cinco veleiros do
ICSC destaques para o Gosto D'Água, do Cmdte. Júnior, que venceu pela segunda vez consecutiva a RGS B. O Talismã I, do Cmndte. Cocal, chegou em terceiro na RGS A mas depois numa estranha manobra da organização foi rebaixado para quarto. Pena foi a quebra do leme do Samurai Ni, do amigo Cmdte. Marins, a 30 mn de Noronha quando liderava disparado a RGS D.
Por-do-sol no Boldró uma das maravilhas de Fernando de Noronha.
Estamos agora curtindo as maravilhas deste arquipélago paradisíaco, que vem sendo mantido preservado, mas nem tudo são flores na vida de velejador. Há dois dias o mar está mais mexido em nossa ancoragem, causando algum desconforto e fazendo com que o trajeto veleiro-porto e vice-versa no botinho, não ocorra sem molhar ao menos o traseiro. No sábado (04/10) largamos na Regata Noronha-Natal, com previsão de bastante mar e de chegada no domingo à tarde.
Morro do Pico e praias do Meio e Conceição.
(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/refeno2008).
(Veja clip da largada clicando aqui)