segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Charter nas Grenadines no Cascalho 1

Em posts anteriores falei bastante aqui do catamaran Cascalho, um Lagoon380S2 do casal de amigos Luiz Fernando Silva e Mauriane Conte. Pois bem, eles andam pelo Caribe desde outubro passado e reforçam o caixa alugando um dos cascos, com duas ótimas cabines e um banheiro entre elas. E nós (Eu, esposa e os filhos Gabriel e Rafael) fomos os primeiros inquilinos. Contratamos duas semanas pela região conhecida como Grenadines, no Caribe Oriental, na região das Ilhas de Barlavento (Windward Islands). As Grenadines são parte de dois países: cerca de um terço, mais ao Sul, é Grenade e os outros dois terços compõe o país chamado Saint Vincent and Grenadines.



A maneira mais barata que encontrei de chegarmos na região foi voando pela Gol, pois podemos usar milhagem, que possui voos semanais para Barbados, Curaçao-Aruba e Punta Cana (Rep. Dominicana). Pelo combinado e a programação que montei para o charter embarcaríamos em Grenade. Gostaria de ter ido por Curaçao, pois já conhecemos Barbados, mas a conexão para se chegar a St. Gerorges, capital de Grenade, não era com vôo direto, então fomos por Barbados. Chegamos por volta das 19h (locais, -2 horas com o nosso horário de verão) do sábado 14/12/13, pernoitamos e na manhã seguinte voamos pela LIAT até St.Georges, num vôo de pouco mais de 40'.


Prickly Bay vista do avião, ao fundo St.Georges

Grenade é um país insular com 344 km² e cerca de 95 mil habitantes, de lingua inglesa, com renda per capita de US$ 7.110 e tem como moeda o Dolar do Caribe Oriental (chamado EC), com cotação de 2,67 XCD por 1 USD. É dividido em 6 paróquias (parish) e 1 dependência a ilha de Carriacou.

 St.Georges com a carenage à esquerda e o lagoon em frente ao fundo

O Cascalho estava ancorado na Prickly Bay, no Sul da ilha, próxima a St.Georges. Encontrei-o "nos trinques", mais branquinho do que nunca, depois do período de manutenção por que passou em Chaguaramas, em Trinidad e Tobago. Na segunda feira (16/12) fomos cedo para St. Geroges de maxitaxi, que são vans que fazem o transporte público pois não há ônibus. Visitamos as principais atrações como a via a beira mar (Carenage), o antigo Sendall Tunnel, o Fort George e o centro comercial. Também estivemos nas lojas náuticas Island Water World e Budget Marine, as duas com filiais em vários locais do Caribe, a última situada junto a Spice Island Marina, onde deixamos o dingue em Prickly Bay. Aproveitamos ainda para comprar um SIM card de celular pré pago da companhia Digicel. Por 15 XCD tinhamos o mesmo valor de crédito e mais 50 MB de dados por dia, durante 7 dias. A Digicel opera em vários países do Caribe e América Central e não cobra roaming entre eles.

Ancoragem em Prickly Bay

Na terça cedo zarpamos de Prickly Bay para St. Georges onde paramos no Grenade Yacht Club, situado no lagoon junto a cidade, para abastecer de diesel, água e gelo, enquanto as mulheres foram, ali próximo, ao FoodLand SuperMarket fazer as compras. Este é um dos melhores mercados e fica em frente ao lagoon com um pequeno pier para se chegar de dingue. Não é fácil encontrar vaga para ancorar no lagoon, nós nem procuramos ficamos no pier do iate clube.

Cascalho no pier de abastecimento do GYC, no lagoon de St.Georges

Abastecidos partimos para Tyrell Bay na Ilha de Carriacou, a maior velejada de nosso charter com cerca de 40 mn. A semana estava com previsão de ventos acima dos 20 nós de E a NE. Pegamos NE com 25-30 nós, o que nos obrigou a dar alguns bordos, e nos trechos sem proteção das ilhas mar bastante mexido com 2-3 m. Com a grande no primeiro rizo levamos cerca de 8 horas. Claci, minha almiranta, passou com galhardia pelo seu maior teste de marinização.

Tyrell Bay, em Carriacou, na proa

A abrigada Tyrell Bay estava povoada de veleiros e fomos gentilmente orientados por um velejador a ancorar próximo a praia. De madrugada fomos acordados por outro velejador batendo no costado avisando que estávamos garrando. Aprendemos duas lições: a primeira é que em muitos locais o chão é duro, com uma pequena camada de areia em cima de um solo coralíneo e possui muitas áreas cobertas com uma espécie de vegetal semelhante a uma hera que eles chamam weed, onde é mais difícil ainda unhar. A segunda é que a nossa popular âncora Bruce não é a mais adequada para o Caribe. Depois de duas tentativas frustradas fomos ancorar na entrada da baía onde conseguimos unhar bem e em caso de garrar novamente iríamos baía a fora, sem perigo de bater em outro barco.

Ancorado em Tyrell Bay

Na quarta (18/12) tomamos café e fomos para a Sandy Island, um pequeno cay a menos de 3 mn, para fazermos o primeiro snorkel. O vento fora do abrigo das baías continuava roncando acima dos 20 nós. Depois do almoço a bordo ancoramos próximo ao pier de Hillsborough, a maior vila de Carriacou, ali pertinho, para fazermos o custom (alfândega) e imigração de saída de Grenade, que fechavam às 16h, como a maior parte do comércio. Tinhamos uma indicação de excelentes baguetes francesas na Pati's Deli, mas pelo horário encontramos o cesto das tais baquetes completamente vazio. Também não conseguimos ver as famosas camisetas da Fidel Productions (de boa qualidade com estampas de artistas caribenhos, fabricadas ali). Depois de uma caminhada pelos arredores voltamos para o Cascalho, jantamos e dormimos nesta ancoragem.

 
Sandy Island

 
Moréia no snorkel em Sandy Island
Na próxima postagem entraremos em outro país, St. Vincente & Grenadines.

Mais imagens aqui e clip no YouTube.






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