segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Charter nas Grenadines no Cascalho 3

No dia 23/12 (10º dia) seguimos para a ilha seguinte de nossa programação, Canouan a 6 mn. Só deixamos Salt Whistle Bay depois de aproveitarmos a manhã. Travessia tranquila e rápida com vento favorável de vinte e poucos nós. Ancoramos na Charlestown Bay em frente ao Tamarind Beach Hotel.

Canouan vista do norte. A seta é o local aproximado de nossa ancoragem. Bem ao fundo Mayreau.

A baía é bonita, a praia em frente ao Tamarind onde estávamos ancorados também, mas a vila é feia, sem graça e com poucos recursos. Mesmo assim completamos nossa dispensa de bordo comprando alguns itens faltantes (os que encontramos) no melhor, mas sofrivel mercado. Canouan tem uma barreira de corais protegendo sua costa leste (voltada para o Atlântico) e ali existem algumas baías que dizem ser muito bonitas como Glossy e Friendship. Cerca da metade da ilha é particular e nessa área existe um grande resort. Não vistamos nada além de Charlestown, mas deve ter atrativos pois na baía haviam 3 mega veleiros e no aeroporto 4 jatinhos top particulares.

Nossa ancoragem em Canouan vista do Tamarind (Cascalho à direita)

No dia seguinte cedo, terça feira véspera de Natal, deveríamos ter seguido para Mustique, uma ilha totalmente particular, onde a visitação é limitada a alguns poucos pontos, pois lá existem mansões de veraneio de várias  celebridades mundiais e, também, paga-se no mínimo três dias de permanência. Seriam 13 mn com vento forte de proa, pois a prometida baixa do vento pelas previsões ainda não se concretizara, para seguir no dia seguinte para Béquia. Achamos muito corrido e resolvemos pular Mustique e seguir direto para Port Elizabeth, na Ilha de Béquia, a maior e mais movimentada das Grenadines. Foram 11 mn de uma orça folgada.

Entrando na Admiralty Bay, ao fundo Port Elizabeth

Port Elizabeth fica no fundo da Admiralty Bay, uma grande e protegida baía coalhada de veleiros de todos os tipos e bandeiras. A vila é movimentada, tem uma boa estrutura e charme, principalmente na região do Belmont Walkway, uma calçada a beira mar com muitos bares, restaurantes, cafés. Mesmo sendo a maior das Grenadines as atrações para quem está de barco em Béquia concentram-se em sua maioria na Admiralty Bay.

 Pequenos comércios no inicio da Belmont Walkway

Gabriel pousando na parte final da calçada

Resolvemos os problemas de abastecimento ainda na parte da manhã. Encontramos um mercado melhor e um mercado público de frutas e verduras. No supermercado tudo bem os produtos são em geral etiquetados com os preços, mas nas bancas de frutas e verduras não e como não temos idéia do custo, ficamos com a sensação de que estamos sendo explorados e pagando ainda mais caro do que são estes produtos por lá. 

O mercado de frutas e verduras

À tarde mudamos de ancoragem, para um ponto próximo a Belmont Walkway e após o banho de mar descemos em terra novamente, agora para passear. Béquia é conhecida pelos seus excelentes artesões especializados em nautimodelismo. À noite começou a chover forte com bastante vento. Este tempo se prolongou por todo o dia de Natal. Chuvas esparsas e períodos de muito vento, tendo um cruzeirista relatado no rádio que marcou 43 nós. Passamos o dia inteiro a bordo, não era recomendável deixar o barco sozinho. Vimos vários barcos garrarem (termo usado quando a âncora não segura e o barco começa a se movimentar). Foi o único dia chuvoso, pois quase todos os dias chovia várias vezes mas era coisa rápida.

Véspera de Natal, loja fechada, só pela vitrine

Na quinta (26/12 - 12º dia) fomos ancorar um pouco mais para o fundo da Admiralty Bay bem próximo a Princess Margarete Beach. Nosso planejamento era seguir à tarde para a Blue Lagoon, na Ilha de St. Vincent, próxima a capital Kingstown, e na sexta feira fazer a trilha até a cratera do vulcão La Soufriére, com cerca de 1200m de altitude. Acabamos por desistir pois ficamos sabendo que as chuvas da noite de Natal causaram inundações em St. Vincent, inclusive com algumas mortes. O dia havia amanhecido maravilhoso, a água transparente e a praia muito gostosa, com direito a tartaruga nadando ao redor do barco.


Canto Norte de Princess Margarete Beach, vista do Cascalho...

...no canto Sul rochas erodidas

Gabriel, como sempre, passa horas no snorkel esquadrinhando o fundo para encontrar e capturar animais marinhos, digamos, menos comuns. Em Salt Whistle encontrou um Lyonfish, perigoso por seu veneno, que é exótico no Caribe, não tem predador ali e por isto sua eliminação é incentivada. Em frente a Princess Margarete pegou Moréia, Siris diferentes, Séphia, Barbfish (nosso Peixe Pedra, da família dos Peixes Escorpião, que possuem uma das mais poderosas toxinas conhecidas), Peixe Cofre Vaca, Linguado. Depois de devidamente documentados foram devolvidos ao seu habitat.

 Moréia

 Peixe Pedra, para eles Barbfish

A bacia do Gabriel, com suas criaturas estranhas

Permanecemos na mesma ancoragem na manhã de sexta (27/12), aproveitando a praia. Depois do almoço exploramos o fundo da Admiralty Bay de barco, onde existe outra linda praia a Lower Bay.

Admiralty Bay com muitos veleiros e Port Elizabeth ao fundo
 
 Lower Bay

Os grandes iates ancoram na entrada da baía

 Então, seguimos finalmente para St. Vincent a 8 milhas. Ventos em torno dos 20 nós sem ângulo para nosso destino em Blue Lagoon. Velejamos numa orça folgada até a frente de Kingstown e aí descemos em direção ao destino. Blue Lagoon é uma enseada protegida por recifes com um único passe de entrada, que tem um calado baixo, 1,8 m na maré alta. Chegamos no final da tarde e ficamos numa poita da Blue Lagoon Marina, a 15 USD a diária.


 Young Island, um dos points de St. Vincent, ao lado de Blue Lagoon

 Chegando no único passe do Blue Lagoon

Último por do Sol a bordo do Cascalho

E já chegou o dia de voltar para casa (28/12). Ainda fomos conhecer Kingston pela manhã num maxitaxi, as vans tipo lotação, como em St. George's. E bota lotação nisso. Chegamos no centro em 20 passageiros mais o motorista e o cobrador. Não me pergunte como coube. Os fabricantes de sardinha poderiam ir lá para aprender a colocar mais sardinha numa latinha. E na volta, depois de recusarmos entrar em várias superlotadas, foi um tour maluco pelos morros e ruelas. Ah! Se tivesse filmado iria bombar no YouTube. E Kingstown não vale a pena, sem atrativos dignos, feia e suja. 


 Jantar de despedida na última noite

Blue Lagoon Marina

Embarcamos à tarde, no acanhado aeroporto (um novo esta em construção) para Barbados, para pegarmos o voo da Gol no domingo de manhã. 

Foram duas semanas maravilhosas velejando no Cascalho. Luiz e Mauriane são ótimos e o Cascalho muito confortável. Recomendamos.

Mais imagens aqui e clip no YouTube.


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