terça-feira, 31 de julho de 2012

Férias de Inverno na Ilha Grande

No ano passado nas férias escolares de inverno optamos por velejar na região de Paraty que conhecíamos pouco. Neste ano, na terceira temporada do Tinguá na região da Baía da Ilha Grande, escolhemos a Ilha Grande com a perspectiva de conhecermos o lado de fora da ilha. Não deu para conhecer lugares como Parnaióca e Dois Rios pois o mar esteve com ondas de S durante todo o tempo, do dia 18 ao 27 de julho. Não eram altas na maioria dos dias, mas o Guilherme Moraes (do Vivere Aude) e Eu achamos melhor não arriscar, já que as "comandantas" não gostam muito de balanço e adernadas.

 Ancoragem da Praia da Tapera ao amanhecer

Em compensação a partir do dia 20 os dias foram maravilhosos com temperaturas próximas dos 30ºC, ensolarados, com poucas nuvens e água limpa, a excessão do dia 25 quando ventou forte no Abraão e a tarde chegou a chover um pouco.

 Os meninos pescando na Praia da Tapera

Ficamos entre a Praia da Tapera no Sitio Forte, Saco do Céu e Abraão. Aliás, na Tapera aconteceu no sábado (21/07) o Festival Sitio Forte organizado por Jorge "Paragon", com churrasco vegetariano, de carne e fondue de chocolate com banana e marshmallow. Estavam lá nesta primeira edição os veleiros MaraCatu (com Hélio e Mara), Desgarrado (com Guilherme Estrela e Josefina), Vivere Aude (Guilherme, Solange, Erik e Isadora), Martina (Mauro e Márcia) mais o Bubi (Viviane, Rúbia e Sérginho de Itacaré) e Livre (Rosana e Rogério D'Ávila), do Veleiros do Ilha, que vieram especialmente de Paraty.

 Tapera vista da trilha para Ubatubinha 

Aproveitamos também em terra explorando as trilhas próximas a Tapera e na terça feira (24/07) indo conhecer a bela Cachoeira da Feiticeira, fazendo 01:45h de trilha desde o Saco do Céu pela trilha Saco do Céu - Abraão. No caminho conhecemos as praias de Perequê e Camiranga, na Enseada das Estrelas.

A Cachoeira da Feiticeira
Clique AQUI para clip

A quarta (25/07) foi o dia "complicado". Havíamos pousado no Abraãozinho e logo de manhã com dia ainda bonito o vento NW acelerava nos morros chegando em torno dos 20 nós, mais do que nas previsões, e foi se mantendo durante toda a manhã, contrariando as previsões. Por volta das onze horas nossa ancora estranhamente garrou. Resolvi então mudar a ancoragem para a pequena enseada de Abraão Pequeno, bem mais abrigada, só que foi bem no "pico" da porranca com a intensidade do vento chegando aos 30 nós. Finalmente tranquilos numa poita no Abraão Pequeno eis que acaba o gás, menos mal que a "comandanta" havia terminado o almoço. Depois de almoçar fui trocar o botijão para fazer o café. E nada. O botijão de reserva recarregado antes de sair de Floripa estava vazio. Ficou a dúvida se foi mesmo recarregado ou se vazou o conteúdo. O lado positivo foi que em razão da ventania não fizemos o churrasco programado que assim ficou para o dia seguinte, resolvendo o problema de fazer o almoço sem gás.

A caminho da Lagoa Azul

Para o café da manhã e outras necessidades de uso do fogão resolvemos com um "fogareiro" improvisado com uma latinha de cerveja e álcool gel. Portanto, não deixe de ter cerveja em lata à bordo...


Latinha de cerveja é fundamental à bordo

Preocupado em substituir o botijão de gás, que no Tinguá só pode ser os de 2 kg, fiz vários contatos entre eles com o Assis Ribeiro, do catamaran Craca-a-toa, baseado no Bracuhy. No dia seguinte o Assis me enviou email informando que meus problemas haviam acabado pois já tinha comprado um botijão carregado para mim. Puxa, este é o espírito dos velejadores cruzeiristas. Mais uma vez muito obrigado Assis.

Mas, na quinta (26/07) tudo voltou ao normal: dia espetacularmente lindo rumamos para a Lagoa Azul. mais linda que nunca, com água muito limpa ela foi praticamente só para nós neste dia. Depois de fazer snorkel com meu filho Gabriel assei o prometido churrasco, que modéstia parte ficou muito bom.

 Churrasco na Lagoa Azul

Gostaria de elogiar os empresários dos restaurantes Recanto dos Maias, na Praia da Tapera, e Coqueiro Verde, no Saco do Céu, que disponibilizam poitas e água aos navegantes, sem se preocupar se os usuários vão consumir em seus estabelecimentos, o que acaba acontecendo.

Saindo da última ancoragem, na Ilha de Paquetá

Dormimos a última noite na Ilha de Paquetá e cedo na sexta (27/07) rumamos para a Marina Bracuhy. Manhã de muito trabalho para deixar o Tinguá em novo período de hibernação. depois do almoço seguimos para passar o final de semana no Rio de Janeiro, para os meninos conhecerem.

 Mais imagens aqui.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Meu Neto Pedro a Bordo

No inicio da noite de domingo (15/07) chegaram a Paraty minha filha Fernanda, com o marido Marcelo e o filho Pedro, meu neto mais velho (5 anos). No dia seguinte, já com chuva constante, fomos a cidade para tirar os pontos na cabeça que o Pedro arrumou em sua passagem por Floripa. Depois do almoço zarpamos no rumo do Bracuhy, sempre com chuva. Pernoitamos na Ilha Sandri.

Centro Histórico de Paraty em dia de chuva

Marcelo que além de ser Engenheiro de Pesca é pescador dos bons veio preparado e foi pegando alguns peixes. Na terça (17/07) o dia amanheceu ensolarado, contrariando a previsão. Fomos para Piraquara de Fora, onde a água é mais quente devido a descarga da água de refrigeração das Usinas Nucleares, e descemos na praia. Para o almoço Marcelo assou os peixes na churrasqueira. Antes do final da tarde fomos para a Ilha Itanhangá para pernoitar.



 
Marcelo e Pedro e um Marimba
 
De manhã cedo, com chuvas esparsas, rumamos para a Marina Bracuhy pois minha esposa e os meninos chegavam no inicio da tarde para aproveitar as férias escolares de inverno. Roupas para a lavanderia, uma passada na padaria para comprar alguns produtos básicos e uma geral no Tinguá. Almoçamos no Bowteco onde encontramos o povo da vela, Hélio e Mara, do MaraCatu, e Guilherme e família, do Vivere Aude, mais D. Lu Casagrande.


 
Pedro, Rafael e Gabriel pescando no rumo da Ilha Grande
 
Na quinta (19/07) deixamos a marina cedo, num dia nublado, navegando para mostrar algumas das atrações da região para a filha até ancorarmos na Praia da Tapera, no Sitio Forte. Marcelo com auxilio dos cunhados Gabriel e Rafael pegou mais alguns peixes. Depois de almoçarmos uma fraldinha no forno com rizoto de tomate seco que a "almiranta" Claci preparou, rumamos para o Saco do Céu, passando na Lagoa Azul no caminho. Pela primeira vez dormimos em sete no Tinguá: 2 na cabine de proa, 2 na sala e na cabine de popa que é bem larga Eu, a esposa e mais o Rafa.



Fernanda, Marcelo e Pedro no Saco do Céu
  
O dia amanheceu maravilhoso e logo cedo fomos passear na prainha junto ao mangue, onde vimos uma enorme estrela do mar laranja. Pelas dez horas seguimos para a Marina Piratas para desembarcar a filha e família, que seguiu para o Rio, e reabastecer a despensa de bordo. Dali retornamos a Praia da Tapera.

Mais imgens aqui.

sábado, 21 de julho de 2012

Minha Primeira Travessia em Solitário

As condições meteorológicas eram favoráveis e minha filha mais velha, genro e neto desceriam de São Paulo para Paraty, então parti da Ilhabela ainda na madrugada de domingo (15/07). Coloquei o alarme do celular para as 02:30h mas estava ansioso pois seria minha primeira travessia em solitário e pela uma e pouco já estava desperto. Minha experiência anterior em velejadas em soliotário limitava-se as inúmeras vezes que fiz o trecho entre a sede centro e a oceânica do Veleiros da Ilha e uma pequena travessia Paraty - Bracuhy, com outros veleiros.

Zarpei às 02:25h com a mestra no primeiro rizo sem vento. Algumas milhas após a Ponta das Canas o vento apareceu mas sempre muito inconstante, variando de W a SE, pelas alhetas e popa do Tinguá, nunca mais de 10-11 nós. Abri e enrolei a Genoa várias vezes. O mar tinha ondas longas de metro e pouco, mais mexido entre as pontas Negra e Juatinga.

A surpresa foi o vento mais forte e constante após dobrar a Juatinga. Pelo través de bombordo com 13-14 nós, chegou a 17-18 nas passagens pelas entradas do Mamanguá e Paraty-mirim. Pouco antes da Ilha do Mantimento passou a "dar na cara", sempre nos 13 nós.

 A Ponta Negra

Pretendia ficar na Marina Farol de Paraty mas pediram 12 reais o pé no cais com energia e 9 sem pela diária. O quedaria R$ 360,00 para o Tinguá. Nestes valores são 90 reais pela energia elétrica. Não consigo imaginar como um 30 pés vai conseguir gastar 90 reais de energia elétrica num único dia. Para efeito de comparação a diária no pier com ãgua e energia na Marina Bracuhy está 4 reais o pé. Não entendo a política comercial destas marinas que ao invés de trazerem potenciais clientes os espantam, e eles tem bastante vagas. Fui então para a já conhecida Refúgio das Caravelas pagando 3 reais o pé no pier (com energia e água), o que também nãO é barato pelas condições que oferece.

Cheguei "são e salvo" após 11:50h de uma navegada sem maiores problemas, quebrando mais um paradigma.

domingo, 15 de julho de 2012

Semana de Vela em Ilhabela

Conforme o post anterior chegamos em Ilhabela no último dia 5. Meu amigo Jorge retornou para Floripa no sábado à tarde e Eu participei da 39ª Semana de Vela de Ilhabela - RISW2012, na tripulação do veleiro Revanche (Fast345), do Cmte. Celso Farias, do Veleiros da Ilha, na classe BRA-RGS B.

 Amanhecer na Ilhabela, visto do Tinguá na poita do ICS

Na madrugada de domingo (08/07) entrou uma frente fria e o sudoeste roncou no entorno dos 30 nós. Vento forte, mar agitado fora do canal e chuva deixando a visibilidade ainda mais baixa, provocaram, após alguns retardamentos, o cancelamento da tradicional regata de abertura da semana de vela, a Regata Alcatrazes por Boreste.Com isto ao invés da segunda feira livre corremos a Regata Média, com percurso da frente da Praia da Armação até a Ponta Grossa, onde após contornarmos uma bóia retornamos até a linha de chegada na frente do farol da Ponta das Canas. O vento parou no meio da regata e ficamos no lado errado. Resultando num 10º lugar.

 
 Uma das muitas largadas, esta da classe HPE
Na terça feira com ventos médios corremos na raia ao norte da ilha e começamos nossa recuperação com um 2º e um 4º lugares. Na quarta disputamos só uma regata no Canal de São Sebastião, com SW força 5 e fomos novamente segundos. Na quinta apesar de largarmos duas vezes a regata foi anulada devido ao vento muito rondado e inconstante. Sexta o SW roncou entre 18 e 22 nós e fomos terceiro na primeira regata. Na segunda mesmo tendo que substituir uma genoa que explodiu conseguimos ser quarto colocados. Entramos na última e sétima regata do sábado em segundo lugar, com o descarte de uma prova, somente um ponto a frente do Wind34 BL3, um barco bem mais rápido. Novamente no canal com SW por volta dos 13 nós largamos bem e ficamos pelo lado da ilha enquanto nosso adversário foi  pelo continente. Na montagem da primeira bóia vimos que a nossa opção foi a pior, estávamos atrás dos principais concorrentes e a 3 minutos do BL3. Na perna de balão conseguimos recuperar duas posições e no inicio da terceira e última perna o BL3 literalmente se enrolou com seu balão que foi para a água. Agora era conseguir uma posição o mais próximo possível do quarto colocado que estava bem na regata e sobre quem tinhamos 5 pontos de vantagem. Conseguimos, terminando a regata em quinto lugar, chegando apenas 4 segundos na frente do sexto. Vice campeonato conquistado.

O YCI em dias de Semana de Vela
 
Nossa classe (RGS B) teve um vencedor disparado, o Wind34 Tangaroa, que também foi o Campeão Geral Brasileiro da Classe BRA-RGS. Aliás, os Wind34 estão muito bonitos e bem construidos. Este era versão regata (quilha de chumbo de 2m e mastro mais longo), já por infusão, com mastro sueco (Selden) e outras características para aumentar a performance. Mas o segundo lugar era disputadissimo por pelo menos oito veleiros (1 Wind34, 1 Skipper30, 3 Delta32, 1 Charger33, 1 Carabelli32 e nós). No Revanche, apesar da idade do barco, da targa e placa solar velejamos muito bem ganhando tempo nas manobras sem erros. Modéstia a parte, mas pela primeira vez (essa foi minha oitava semana de vela em Ilhabela) sai satisfeito, com aquela sensação gostosa de que fizemos o melhor.

O Revanche na marina do YCI
    

Meu primeiro podium em Ilhabela
Mais imagens aqui.

sábado, 7 de julho de 2012

Rumo a Ilhabela para a Semana de Vela

Voltei para o Tinguá, na Marina Bracuhy, no último dia 03/07 na companhia do meu amigo Jorge Calliari, com o objetivo de ir a Ilhabela participar da 39 Semana Internacional de Vela (a RISW2012). No dia seguinte após os ajustes necessários partimos às 09:40h para Paraty, onde iríamos pernoitar já que o Jorge não a conhecia.
  
 Tarituba, mais um paraíso
Dia maravilhoso, mas com pouco vento e contra. Paramos para almoçar e conhecer Tarituba, mais um pequeno paraíso da Baía da Ilha Grande. Tinha uma recomendação do Maurício Napoleão, nosso presidente da ABVC, para comer um tal Peixe Maluco. Ancoramos o Tinguá e logo ao lado do pier, na frente da areia da praia, encontramos o Restaurante Peixe Maluco. O tal Peixe Maluco é um prato para pelo menos duas pessoas montado em forma de pirâmide onde vem duas postas fritas de cavala e duas de robalo, um monte de camarões graúdos fritos torradinhos, aipim frito, palmito e vários legumes, acompanhado de pirão de peixe e arroz. Uma delícia!

 Onde se come o Peixe Maluco, na Tarituba
 
Dali seguimos para Paraty onde chegamos por volta das 17:15h. Antes passamos na Prainha para darmos um alô ao amigo Giovani Dal Grande, do Kyriri-ete. Giovani estava de "molho" pois sofreu um pequeno acidente no deck da praia e machucou o dedo polegar do pé. Tomamos banho e fomos para o Centro Histórico na cidade. Era véspera de abertura da FLIP (a Feira Literária Internacional de Paraty) e a cidade já estava movimentada e vivendo o clima com vários eventos. Voltamos para a marina cedo, logo após jantar, pois tínhamos que ir ao mercado que fechava às 10h. Não deu para curtir o show do Lenine com nossos amigos Ivan, Êgle, Hélio, Mara e Roberto que estavam por lá.

 O Kyriri-ete na Prainha de Paraty

A FLIP deste ano homenageia Carlos Drumond de Andrade

Dia seguinte (05/07) 05:10h largamos as amarras na Marina Refúgio das Caravelas e rumamos para a Ilhabela há 74 mn (135 km). Conforme a previsão havia ondas longas mas com mais de 2m na Ponta da Juatinga. A corrente era contra e mesmo com 2800 rpm no motor a viagem não rendia. Velejar que é bom só por uns 15 minutos e depois nas proximidades da Ilha de São Sebastião. Depois da Ponta Negra o mar melhorou e depois da Ilha Anchieta a corrente também e passamos a fazer média de 6,5 nós com a mesma rotação, quando antes não passava de 5,5 nós. Chegamos na Ilhabela às 18:10h exatas 13 horas depois, onde pegamos uma poita na sub-sede do Iate Clube de Santos.

 
Saimos de Paraty com este amanhecer...

...e chegamos em Ilhabela com este entardecer

Mais imagens aqui e acolá.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

E o Mutley Foi

Como já postei aqui o Mutley, meu Bruma19, estava a venda. Pois bem, na quinta acertei preço com um pelotense e no domingo ele estava aqui para ve-lo. Negócio confirmado, na segunda feira, véspera de meu retorno para o Tinguá na Marina Bracuhy, foi de sufoco ajudando o novo dono do Mutley a fechar o transporte. Na metade da tarde carregamos ele no caminhão. Mais uma página virada, das muitas que já virei nestes quase 60 anos de vida. Mais imagens do Mutley aqui.