Na segunda feira (26/10)
encostamos cedo na fuel dock para abastecer de diesel e às 7:40h iniciamos a
navegada. Devagar contornamos a península de Charleston pois no inicio da IntraCoastal
para Savannah tem uma ponte que não abre entre 6:00-9:00 h. Vento do quadrante
Norte de 12 até 20 nós. Passamos a manhã toda utilizando a genoa e nos ocupando
pois a trimagem era constante com as muitas curvas do caminho. Mas ajudou
bastante principalmente quando a corrente era contra.
Perfil de Charleston vista do outro rio, o Ashley River
"Genoando"
Nesta região chamada Lowcountry que vai da metade sul da Carolina do Sul até a fronteira da Georgia com a Florida os rios são largos e de boa profundidade e muito sinuosos. É um emaranhado deles. Muitas vezes vários deles se encontram formando os sounds, que em alguns casos estão em comunicação direta com o oceano. Difícil explicar o conceito de sound. Para eles aqui não é uma baía nem um lago ou lagoa. Fazendo um paralelo com o Brasil, a Baia de Babitonga, a de Paranaguá seriam aqui chamadas de sound. Naturalmente tem menores e maiores. Para “encurtar” a waterway existem vários cuts, que são canais artificiais, para passar de um rio ao outro. Uma hora se esta descendo um rio passa-se pelo cut e passa-se a subir no outro. Assim o rumo vai mudando de Leste até Oeste, enquanto nosso objetivo é o Sul. Nos cuts é onde estão os baixios (shoalings), principalmete nas suas entradas e saídas, na maré baixa, que varia de 2m para mais (até aqui já pegamos 2,62 m). Isto também provoca muita troca de sentido da corrente. É uma região muito bonita sempre com os marsh (terras inundáveis, portanto úmidas, espécie de pântano) cobertos pelo capim Sweetgrass na beira da água e as construções mais ao fundo na terra firme.
Dia todo nublado e no final da
tarde a chuva prevista chegou, devagar. Só foi desabar justo na hora da
ancoragem e ainda com forte vento na cara. Tentamos uma ancoragem num afluente
conforme uma indicação mas era muito raso, chegamos a raspar o fundo.
Retornamos algumas centenas de metros e ancoramos com 2,5 m (na maré baixa) e
bom espaço num braço do rio principal mesmo, em Brickyard Point.
O dia seguinte amanheceu chuvoso
e ventoso. Mudamos os planos. Resolvemos sair só mais para o final da manhã
quando a corrente estivesse favorável e ir até Beaufort (esta a da Carolina do
Sul) a 4,6 mn. Em Beaufort tem uma ponte de abrir com horários bem complicados.
Assim no dia seguinte já estaríamos do outro lado dela e ainda conheceríamos a
cidade. Atracamos no píer flutuante municipal. Muitos municípios as margens da ICW mantem piers com atracação grátis para que se possa visitar a cidade. A placa dizia que não poderia
permanecer ali entre 01:00 e 6:00 h. Estava tão bom que resolvi arriscar. Não
deu outra a 01:00 h em ponto uma dupla de policiais nos pediu gentilmente que
deixássemos o píer. Fomos para a ancoragem logo ao lado.
Na quarta (28/10) saímos às 07:10
h com chuva e vento Sul forte. E foi assim a manhã toda. O vento pela proa
entre 14-22 nós e a chuva indo e vindo em curtos intervalos. Na travessia do Port
Royal Sound o vento se manteve entre 29-32 nós, provocando marolas bem mexidas.
Para piorar foi o pior dia de correntes contra, chegamos a pegar quase 4 nós. A tarde
o tempo foi melhorando e chegamos em Thunderbolt, na periferia de Savannah, na
Bend Marina, com sol às 15:45 h. Até aqui foram 14 dias, sendo 12 navegando, e 635 milhas náuticas.
Atravessando o Port Royal Sound
Cargueiro chinês no Savannah River
Caiaques no final do dia, Wilmington River, Thunderbolt (GA)
TinguaCat na Savannah Bend Marina
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