segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Ilha dos Lençóis

Ao contrário do que somos levados a crer a Ilha dos Lençóis não fica na região dos Lençóis Maranhenses, mas sim na região das Reentrâncias Maranhenses, na costa oeste do Maranhão a 160 km em linha reta de São Luiz. A semelhança são as dunas, lindíssimas, e os lençóis formados na época das chuvas entre estas dunas, que eles chamam de morraria. São inúmeros braços de mar que formam muitas ilhas e igarapés, as reentrâncias, com dunas, baixios e manguezais.

A vila da Ilha dos Lençóis vista das dunas

A ilha, que pertence ao município de Cururupu, possui uma pequena vila de pescadores com casas de palha e madeira, pois periodicamente é preciso mudá-las de lugar. Luz elétrica de geradores, um telefone público, escola, posto de saúde, sem estrada e automóveis, sem celular e sem internet, bem como água encanada e quase sem TV pois poucos podem adquirir antenas parabólicas.

A beira mar da Ilha dos Lençóis

A água é retirada de poços cavados na areia próximo as casas ou do pé das dunas, onde é límpida, saborosa e de boa qualidade, segundo o medidor do pessoal do veleiro alemão Bogomil.
Outras duas características da região é o grande número de uniões consanguíneas, que provocam o nascimento de muitos albinos. E a grande amplitude das marés, de 5 a 6 metros podendo chegar a 8 m, o que regula a vida. Na vila de Bate Vento por exemplo não se chega nem se sai na maré baixa.

O Guga Buy na Ilha dos Lençóis

Já existem três rústicas pousadas para atender o incipiente turismo. A última edição da revista ViajeMais tem uma reportagem sobre a ilha. Mas ela é muito mais rústica do que a mesma transparece. Veja abaixo as duas melhores pousadas.

Pousada Serafim, a melhor da ilha

Quarto da Pousada Maiaú

Existe muita rivalidade entre a comunidade da Ilha de Lençóis e a de Bate Vento localizada na vizinha Ilha de Maiaú. O que não impediu que o Hélio de Bate Vento casasse com uma moça de Lençóis, para onde mudou e montou uma pousada, mas com o nome de sua ilha natal Maiaú.

A rua principal de Bate Vento

Além da exuberante beleza selvagem, quase intocada da região, um espetáculo imperdível ocorre no final da tarde quando bandos de Guarás chegam para passar a noite nas árvores na beira do manguezal. Fomos observar e realmente é imperdível, a cor destes pássaros é maravilhosa. Na volta o motor do botinho parou e não conseguíamos vencer a forte correnteza da maré vazante. Foi preciso ir para a margem e se atolar no lodo fofo até o Dorival, do Luthier, nos rebocar. Ficamos conhecendo a famosa "areia movediça" dos filmes...

Os Guarás voltam todo final de dia para as mesmas árvores

Nos cinco dias que passamos lá (três dias teriam sido suficientes) conhecemos muitos nativos, um povo gentil e de boa índole (não existe polícia na região). A Venda do Mário, no waterfront, como dizem os americanos, é a maior da região e além de venda é bar e serve refeições por encomenda. Comemos muito camarão, peixe e caranguejo comprado dos pescadores, no Mário e na Venda do Vavá.

Os veleiros na protegida ancoragem

3 comentários:

francisco disse...

parabens, aos meus amigos do guga buy , realmente sinto inveja de nao estar junto com voces nessa maravilhosa e inesquecivel navegada , desejo para todos muitas felicidades e bons ventos., de chico do ERRANTE.

Alexandre Oliveira disse...

A ilha onde se encontra o povoado de Bate-Vento chama-se Maiaú, e não Maiuá.

LFBeltrao disse...

Obrigado, Alexandre. Corrigido.