Ao contrário do que somos levados a crer a Ilha dos Lençóis não fica na região dos Lençóis Maranhenses, mas sim na região das Reentrâncias Maranhenses, na costa oeste do Maranhão a 160 km em linha reta de São Luiz. A semelhança são as dunas, lindíssimas, e os lençóis formados na época das chuvas entre estas dunas, que eles chamam de morraria. São inúmeros braços de mar que formam muitas ilhas e igarapés, as reentrâncias, com dunas, baixios e manguezais.
A ilha, que pertence ao município de Cururupu, possui uma pequena vila de pescadores com casas de palha e madeira, pois periodicamente é preciso mudá-las de lugar. Luz elétrica de geradores, um telefone público, escola, posto de saúde, sem estrada e automóveis, sem celular e sem internet, bem como água encanada e quase sem TV pois poucos podem adquirir antenas parabólicas.
A água é retirada de poços cavados na areia próximo as casas ou do pé das dunas, onde é límpida, saborosa e de boa qualidade, segundo o medidor do pessoal do veleiro alemão Bogomil.
Outras duas características da região é o grande número de uniões consanguíneas, que provocam o nascimento de muitos albinos. E a grande amplitude das marés, de 5 a 6 metros podendo chegar a 8 m, o que regula a vida. Na vila de Bate Vento por exemplo não se chega nem se sai na maré baixa.
Já existem três rústicas pousadas para atender o incipiente turismo. A última edição da revista ViajeMais tem uma reportagem sobre a ilha. Mas ela é muito mais rústica do que a mesma transparece. Veja abaixo as duas melhores pousadas.
Pousada Serafim, a melhor da ilha
Existe muita rivalidade entre a comunidade da Ilha de Lençóis e a de Bate Vento localizada na vizinha Ilha de Maiaú. O que não impediu que o Hélio de Bate Vento casasse com uma moça de Lençóis, para onde mudou e montou uma pousada, mas com o nome de sua ilha natal Maiaú.
Além da exuberante beleza selvagem, quase intocada da região, um espetáculo imperdível ocorre no final da tarde quando bandos de Guarás chegam para passar a noite nas árvores na beira do manguezal. Fomos observar e realmente é imperdível, a cor destes pássaros é maravilhosa. Na volta o motor do botinho parou e não conseguíamos vencer a forte correnteza da maré vazante. Foi preciso ir para a margem e se atolar no lodo fofo até o Dorival, do Luthier, nos rebocar. Ficamos conhecendo a famosa "areia movediça" dos filmes...
Nos cinco dias que passamos lá (três dias teriam sido suficientes) conhecemos muitos nativos, um povo gentil e de boa índole (não existe polícia na região). A Venda do Mário, no waterfront, como dizem os americanos, é a maior da região e além de venda é bar e serve refeições por encomenda. Comemos muito camarão, peixe e caranguejo comprado dos pescadores, no Mário e na Venda do Vavá.
Os veleiros na protegida ancoragem
Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/ilhadoslencois2010
3 comentários:
parabens, aos meus amigos do guga buy , realmente sinto inveja de nao estar junto com voces nessa maravilhosa e inesquecivel navegada , desejo para todos muitas felicidades e bons ventos., de chico do ERRANTE.
A ilha onde se encontra o povoado de Bate-Vento chama-se Maiaú, e não Maiuá.
Obrigado, Alexandre. Corrigido.
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