A partir da segunda feira (02/04) passei a monitorar com mais intensidade a posição dos veleiros na Volvo Ocean Race 2011-12 e as condições do tempo. Queria chegar a Itajaí, porto de chegada da 5ª etapa da VOR, em tempo para assistir os veleiros Puma e Telefônica cruzando a linha. O tempo seria favorável apartir da madrugada de sexta feira (06/04) com a entrada de uma frente fria (ventos de sul) no lugar do NE dos últimos dias e as previsões apontavam para a chegada dos barcos entre a manhã e à noite desta mesma sexta.
Depois de um atraso na descida do Tinguá para a água, causado por um temporal seguido de quase duas horas de falta de luz no final da tarde da quinta feira (05/04), zarpamos Eu e o Beto Larsen, veleiro Parangolé, por volta das 21:00h rumo à sede oceânica de Jurerê do Veleiros da Ilha, onde pernoitamos. De manhã cedo embarcou o amigo Giovani Dal Grande, do Kiriri ete, e por volta das 06:20h largamos a poita, sempre monitorando o progresso dos veleiros que já alcançavam a costa da Ilha de Santa Catarina.
Aurora no Norte da Ilha de SC
A primeira parte da navegada até as proximidades das Ilhas Galés foi com um bom terral de 12 nós em orça folgada. Nesta altura emparelhamos com o Oulalá (Delta36), do Cmte. Guilherme Bernard. A bordo estavam os proprietários do Carabelli30 Kaikias, Tarcísio Mattos e Rogério Capella, que pretendiam encontrar o Puma e Telefônica com seu veleiro, mas não conseguiram colocá-lo na água devido ao problema da falta de energia.
No través de Camboriú
O vento variou e rondou por um bom trecho até se fixar nuns 8 nós de NWN. Com o mar baixo (cerca de 0,50m), corrente favorável e motor nos 2000 giros mantínhamos uma média de 6,7 nós. Por volta das 10:30h já estávamos no través de Balneário Camboriú e as informações que o Tarcísio tinha diretamente do Ricardo Navarro, Diretor de Água da VOR na etapa de Itajaí, era da chegada dos veleiros para dali a 3,5 horas. O Oulalá entrou em Camboriú para almoçar e nós depois de um passeio vagaroso pela orla de Camboriú, já com vento leste, fomos ancorar em frente a Praia de Cabeçudas e tratar de matar a fome.
Por volta das 14 horas rumanos para a linha de chegada, entre o farolete da Ponta de Cabeçudas e uma das bóias do canal de entrada ao porto. No meio da linha o rebocador Triton da Marinha do Brasil. Zanzando por alí avistamos os barcos por volta das 15 horas. O Telefônica que na passagem pela costa leste da Ilha de Santa Catarina chegou a estar somente 0,7 mn do Mar Mostro, da Puma, vinha mais longe de terra e à uma distância visivelmente maior.
Logo o Mar Mostro se aproximou da linha já seguido por um séquito de embarcações, cambou em nossa direção passando ao nosso lado e cruzou a linha, enquanto o mar ficava cheio de marolas desencontradas provocadas pelas lanchas que o seguiam ensandecidas. Enquanto iniciava o trabalho de recolhimento de suas velas o Telefônica se aproximava no rumo da Ponta de Cabeçudas, com Camboriú ao fundo. Cambou próximo a ponta e também cruzou a linha, a BE do rebocador Triton, exatos 12' 48" depois.
O Mar Mostro, da Puma, cruzando a linha
O Telefônica se aproximando com Camboriú ao fundo
O Puma foi o primeiro a adentrar a barra do Rio Itajaí-açu sendo muito aplaudido pela multidão que ocupava os molhes das duas margens, dirigindo-se ao pier da Race Village onde cerca de 15 mil pessoas já aguardavam há várias horas. Depois veio o Telefônica com o brasileiro Joca Signorini portando uma bandeira do Brasil e sendo ovacionado pelo público.
O Puma entrando na barra e os molhe lotado
O Telefônica já no Itajaí-açu
Foi um espetáculo único e emocionante que tivemos o privilégio de assistir de "camarote". Itajaí se preparou muito bem e sua população "assumiu" o evento.
A Vila da Regata
Veja o nosso clip da chegada em Itajaí aqui.
Veja mais imagens da stopover Itajaí aqui.
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